Diversas alterações ocorrem durante o envelhecimento e dentre elas a que implica em grandes problemas para a manutenção da qualidade de vida independente, é o controle postural. O controle postural depende do funcionamento adequado dos sistemas sensoriais, neural e muscular. A prática de exercícios físicos se mostra efetiva em manter os sistemas envolvidos no controle postural em bom funcionamento. O entendimento de quais sistemas sensoriais sofreria maior influência da prática de exercícios físicos é importante, especialmente para a prescrição adequada de exercícios para idosos. Uma das formas em se avaliar as demandas dos sistemas sensoriais se dá pela faixa de frequência de oscilação postural. Neste sentido, o objetivo de nosso estudo foi investigar a faixa de frequência de oscilação postural de idosas praticantes e não praticantes de exercícios físicos, em uma condição de perturbação visual, a fim de entendermos se as faixas de frequência de oscilação são diferentes entre as condições e grupos investigados. Participaram deste estudo 19 idosas saudáveis (idade média=67±3,39), divididas em dois grupos: grupo de idosas não praticantes de exercícios físicos (GNP) e grupo de idosas praticantes de exercícios físicos (GP). A tarefa realizada consistia em duas tarefas: uma de controle postural estática e com informação visual estável e outra de controle postural dinâmica com informação visual em movimento. A variável analisada foi a intensidade percentual de colaboração da faixa de frequência para a construção do sinal, no sentido médio-lateral -IntML (de três faixas de frequência: 1ª.:0,05 - 0,5 hz; 2ª.:0,5 - 1,5 hz e 3ª.:1,5 - 10 hz). Os resultados demonstraram que para a variável IntML houve diferença estatisticamente significante para o GNP entre as condições investigadas, tanto para a primeira (P=0,002) como para a segunda (P=0,002) faixa de frequência, demonstrando menor contribuição do sistema visual na condição controle em comparação com a condição experimental. Já para a segunda faixa de frequência, houve maior contribuição do sistema vestibular/somatosensorial na condição controle em comparação com a condição experimental. Resultados similares foram encontrados para o GP, em que houve diferença estatisticamente significante entre as condições na primeira (P= 0,001), segunda (P=0,002) e terceira (P=0,010) faixa de frequência. Mais especificamente, para a primeira faixa de frequência, na condição controle o sistema visual contribuiu menos para o controle postural e mais na condição experimental. Já para a segunda e terceira faixa de frequência, na condição controle o sistema vestibular/somatosensorial e proprioceptivo contribuíram mais para o controle postural em comparação com a condição experimental. Podemos concluir, a partir dos resultados encontrados, que a contribuição do sistema visual, nos dois grupos investigados, a influência do sistema visual para o controle postural aumenta em condições de perturbação visual, quando comparadas às condições de situação visual estática. Ainda, concluímos que a participação dos outros sistemas sensoriais envolvidos no controle postural (vestibular, somatosensorial e proprioceptivo) diminuem sua participação de contribuição em condições de perturbação visual, salientando a contribuição direta que cada sistema sensorial exerce sobre o controle postural.