Introdução: A sepse se constitui em uma das maiores causas de mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva não-cardiológicas, sendo recentemente redefinida como “presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida, secundária a resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção”. Os fatores determinantes da má evolução do quadro séptico e do óbito não são totalmente esclarecidos. Desta forma, a equipe multiprofissional deve estar atenta para a identificação dos sinais diversos de resposta inflamatória importantes para o controle do quadro infeccioso e, por conseguinte, do quadro séptico. Quadros infecciosos nos idosos são relativamente mais graves quando comparados a indivíduos jovens, e contribuem para maior mortalidade. No Brasil, 52% dos internamentos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são de pacientes idosos, com uma taxa de mortalidade que chega a atingir 62%, enquanto o número de óbitos de indivíduos adultos é de aproximadamente 25%. Nessa perspectiva, destaca-se a importância da Enfermagem para a identificação precoce da sepse e prestação de cuidados fundamentados e sistematizados. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem no cuidado a uma idosa com sepse em uma UTI Geral. Metodologia:Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência, que descreve a vivência de acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) na assistência a uma idosa com sepse internada na UTI Geral do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), durante o Estágio Hospitalar Supervisionado, no período de agosto a setembro de 2017. Resultados e discussão: Durante as práticas no estágio, os acadêmicos tiveram a oportunidade de prestar assistência a uma idosa criticamente enferma, previamente admitida no serviço para realização de curativo em membros inferiores, tendo evoluído para uma parada cardiorrespiratória durante o procedimento e em seguida à reanimação cardiopulmonar, encaminhada para a UTI Geral. Cuidados como: coletas de cultura para o reconhecimento do agente infectante e tratamento correto, a realização de gasometria para avaliação dos parâmetros, principalmente o lactato, monitorização da pressão arterial média, da glicemia do paciente para o controle da mesma, realização de exame físico, avaliação do balanço hídrico são alguns cuidados de enfermagem imprescindíveis para a atenção total ao quadro da paciente. Além dos cuidados acima citados, que são alguns dos principais nos quais a equipe de enfermagem atua frente ao quadro de sepse, foi possível aos acadêmicos a realização e acompanhamento dos mesmos. Evidencia-se, também, o apoio ao familiar. Portando, faz-se necessário que a equipe auxilie e compreenda os familiares, atendendo suas necessidades biopsicossociais, fornecendo apoio e esclarecendo dúvidas. Conclusões: A experiência descrita oportunizou aos estudantes vivenciarem a integralidade do cuidado à idosa em estado crítico pelo acompanhamento de todo o processo de internamento, sendo possível reconhecer os sinais e sintomas do quadro séptico instalado e intervir juntamente à equipe, proporcionando uma ampliação do conhecimento acerca da sepse por parte dos acadêmicos, tornando possível uma futura contribuição efetiva quanto à identificação precoce, melhor prognóstico e redução da mortalidade.