As modificações no padrão do sono da pessoa idosa e suas repercussões negativas para a saúde e qualidade de vida, são preocupações relacionadas ao processo do envelhecimento humano. O sono do idoso, com o passar dos anos, tende a se tornar mais superficial e fragmentado e, portanto, tem menor eficiência e pior qualidade. Considerando isso, é imprescindível, por parte do enfermeiro, a identificação da qualidade do sono e de possíveis distúrbios relacionados a esse fenômeno, pois a dificuldade constante em dormir pode repercutir em aumento do risco de queda, comprometimento cognitivo, prejuízo da função respiratória e cardiovascular, aumento da mortalidade e da necessidade de um serviço de enfermagem que acompanhe este idoso. Portanto, o objetivo do estudo compreende em avaliar a qualidade de sono dos idosos, nomeadamente a qualidade subjetiva do sono num serviço ambulatorial geriátrico. Estudo descritivo, transversal, desenvolvido em um hospital universitário localizado no município de João Pessoa – PB, com uma amostra de 211 pessoas idosas atendidas no ambulatório de Geriatria, no período de Novembro de 2015 a Maio de 2016, mediante entrevista subsidiada por instrumento estruturado, contemplando questões relativas a caracterização sociodemográfica e o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI). Utilizou-se do Software Microsoft Excel 2016 e do o sistema computacional Statistical Package for the Social Sciences – SPSS versão 20.0. Foram observados os aspectos éticos que normatizam a pesquisa envolvendo seres humanos, especialmente o sigilo e a confidencialidade das informações, dispostos na Resolução 466/2012 do CNS/MS/BRASIL, aprovado pelo Comitê de Ética que referenda a instituição tendo como número de CAE 56053116.8.00005183. A partir das medidas de posição e variabilidade dos sete componentes do PSQI observou-se que entre os indicadores o que apresentou maior escore ou pior qualidade foi a “duração do sono”. Os resultados obtidos individualmente evidenciaram que 24,17% (n=51) apresentaram boa qualidade do sono; enquanto 54,0% (n=114) obtiveram o resultado de má qualidade do sono e 21,8% (n=46) apresentava distúrbios do sono. Quanto as características do sono, verificou-se que o horário de deitar dos idosos entrevistados em média é de 21h05min, com média de latência de 24 minutos. O horário de despertar em média foi de 05h32min, com duração do sono de aproximadamente 06h23min. Compreender as necessidades de sono do idoso e as consequências dos seus distúrbios, constitui-se um grande desafio. É necessário que saibamos reconhecer quando a qualidade do sono é inadequada e necessita de intervenções. Dessa forma, enfatiza-se a importância do diagnóstico precoce para a prevenção de problemas secundários, como os cardíacos, depressão, ansiedade e a dependência do álcool. Somando-se a isto, uma boa higiene do sono poderá ajudar de forma substancial, na qualidade do sono da pessoa idosa e consequentemente numa melhor qualidade de vida para o portador dos distúrbios do sono.