Introdução: A síndrome metabólica pode ser definida como um transtorno caracterizado pela presença de fatores de risco cardiovasculares, alterações comumente, observadas em indivíduos infectados pelo HIV. O HIV cresce em pessoas idosas, como em nenhuma outra faixa etária, emergindo como um desafio para o Brasil. Algumas dessas alterações também podem ser afetadas por estilo de vida inadequado, como má alimentação, excesso de peso, tabagismo e sedentarismo. Nesta perspectiva, a detecção precoce das alterações metabólicas nos pacientes idosos com HIV é importante para subsidiar o estabelecimento de estratégias de prevenção, monitoramento e intervenção. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de síndrome metabólica nos idosos com HIV, assistidos nos serviços de referência de Recife, PE e seus componentes. Metodologia: estudo descritivo, quantitativo e de corte transversal, apreciado pelo CEP – UFPE. A população foi constituída por idosos infectados pelo HIV/AIDS, de ambos os sexos, atendidos nos serviços de referência da cidade de Recife no período de setembro de 2016 a maio de 2017. Foram incluídos aqueles com idade mínima de 60 anos; cadastrados nos Serviços de Referência; ter comparecido para alguma demanda no serviço; em uso regular da TARV há pelo menos 30 dias; aceitasse participar mediante TCLE com assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Para o diagnóstico de síndrome metabólica foram utilizados os pontos de corte propostos pela SBC/2013). As dosagens bioquímicas seguiram o fluxo das instituições. Resultados e Discussão: 241 idosos foram investigados, 62,7% do sexo masculino e 37,3% do sexo feminino, com média de idade de 64,69 (DP± 4,3 anos). A prevalência de SM foi de 26%. Em relação ao sexo, 24% e 29% das mulheres. A diferença entre sexos é discutida na literatura. Os componentes de maior frequência foram aqueles relacionados a circunferência da cintura e triglicerídeos elevados, relação essa bem descrita na literatura científica. Conclusões: Parece haver maior frequência de SM em idosas e percebemos a importância no rastreio de seus componentes, principalmente em homens que parecem apresentarem menos cuidados com avaliações de rotina. O acompanhamento periódico de pacientes que vivem com HIV/aids deve avaliar o perfil metabólico e incentivar ações que estimulem a adoção de um estilo de vida saudável, com cuidados nutricionais especializados e prática de exercícios físicos, para garantir a qualidade de vida, em função dos agravos crônicos serem prevalentes em pessoas ≥ 60 anos e frequentemente associados às incapacidades.