A transição demográfica trouxe novos padrões de morbimortalidade, nos quais predominam as doenças e agravos não transmissíveis. Entre as doenças crônicas, destacam-se as demências, das quais predomina a Doença de Alzheimer, compreendida como uma doença neurológica progressiva e irreversível que se caracteriza-se por alterações de cognição, comportamento e afeto, que podem levar à dependência funcional, impactando significativamente na realização das atividades da vida diária pelos indivíduos. Sabe-se que a maior parte dos cuidados ao idoso dependente ocorre no domicílio e, normalmente, há um membro da família, designado cuidador principal, que assume a responsabilidade pelo cuidado integral e direto do idoso. O preparo do cuidador familiar, quase sempre, não é suficiente para lidar com todas as responsabilidades e enfrentar as modificações de rotina que tornam menor seu tempo para a vida social, familiar e afetiva. Neste contexto, o presente estudo buscou compreender a percepção do cuidador familiar sobre as alterações cognitivas e comportamentais do idoso na doença de Alzheimer. Tratou-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram oito cuidadores familiares de pessoas idosas com Alzheimer, residentes nas áreas de abrangência pertencentes a duas Unidades Básicas de Saúde localizadas no município de Maringá- PR. Os dados foram coletados entre julho e agosto de 2015, por meio de entrevista semi-estruturada e passaram por análise de conteúdo temática. A pesquisa atendeu às as normas previstas na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. As mudanças de comportamento, como alteração de memória, alterações no sono, agitação e agressividade, comuns às pessoas com Alzheimer, geraram grande sofrimento no contexto familiar. O cuidado diário ao idoso portador da doença de Alzheimer é desgastante, pois inclui preocupações com atividades básicas da vida diária, como alimentação, hidratação, higiene e medicação. Observou-se, a partir dos depoimentos, que houve sobrecarga física e emocional dos cuidadores principais. Diante dos resultados obtidos, torna-se fundamental que os profissionais de saúde atuem de maneira interdisciplinar não só na assistência ao idoso, mas na orientação ao familiar cuidador sobre a doença e suas fases, a fim de favorecer o enfrentamento da doença de forma mais tranquila.