Introdução: A atenção primária é o primeiro nível de atenção do SUS, a porta de entrada e o contato preferencial do usuário com o sistema e as redes de atenção (BRASIL, 2012). O SUS se organiza a partir de uma base territorial e considera a territorialização como uma estratégia operacional que é inserida na ESF juntamente com a vigilância com o intuito de traçar metas e intervenções para efetivar as ações em saúde (SANTOS; RIGOTTO, 2011). Nessa perspectiva, a pesquisa apresenta como objetivo geral discutir a territorialização na atenção primária em saúde enquanto fundamento teórico, conceitual e metodológico no reconhecimento/identificação das necessidades sociais e de saúde.Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa de literatura que será conduzida pela abordagem qualitativa, como forma de sintetizar a produção do conhecimento relacionada ao processo de territorialização como marco teórico-conceitual e metodológico no reconhecimento das necessidades sociais e de saúde no âmbito da atenção básica. Para o levantamento dos artigos foram utilizados como descritores segundo a classificação dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): território, planejamento, políticas de saúde e atenção básica. Utilizou-se do cruzamento dos descritores: território, planejamento, politicas de saúde, atenção básica; os critérios de inclusão: artigos publicados entre os ano de 2010-2017, disponíveis, que retratem a realidade do Brasil, em português, artigos completos; Foram excluídos os artigos não encontrados na íntegra e/ou não disponíveis on-line e os publicados com data inferior a 2010. Elaborou-se um instrumento contendo os seguintes tópicos: identificação do artigo original, objetivo do estudo, método, periódico, resultados e conclusões. Resultados e discussão: As produções analisadas proporcionaram tecer considerações, as quais foram agrupadas em quadros sinópticos. Nessa perspectiva, dos dez artigos apenas um foi publicado em 2015, com predominância para a publicação de três artigos em 2011, logo nos anos de 2010, 2012, 2014 foram publicados dois artigos em cada ano. No que tange o objetivo dos estudos, identificaram-se na amostra: cinco (50%) estudos com abordagem crítica sobre a territorialização na APS e na perspectiva da articulação entre território e o campo da saúde tem-se cinco (50%) estudos.Nisso, corroborando com (HILLESHEIM; BERNARDES, 2014) perspectiva territorial, no âmbito do SUS, está relacionada à diretriz de descentralização, mediante a regionalização das ações e serviços de saúde e com vistas à expansão do acesso, uso racional de recursos, participação social e atenção às necessidades regionais. Tal concepção não considera a dinâmica política, econômica ou social dos territórios, o fluxo das populações ou os fatores macroestruturais que condicionam a iniquidade. Há de se superar a lógica normativa de territorialização, pautada basicamente no número de pessoas por ACS, avançando na apropriação do território a partir de uma análise da situação de saúde ( JUNIOR et al, 2010)..Conclusões: Portanto, nota-se que a crítica advinda dos autores citados no estudo afim de resignificar a concepção de territorialização no cenário da atenção primária visa buscar atingir a inclusão de todos no campo da saúde implicando abrir-se para o movimento do território enquanto cenário que circunda o usuário no meio social, econômico, cultural, político.