CUNHA, Rinadja De Melo et al.. Envelhecimento, menopausa e sexualidade.. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/3262>. Acesso em: 22/11/2024 21:50
Introdução: A menopausa, caracterizada pelo último episódio de menstruação, representa a transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva da mulher, de modo que marca o início de uma nova fase. Fisiologicamente, a queda dos níveis de progesterona e estrógeno resulta na diminuição do suporte pélvico e da lubrificação dos tecidos urogenitais, causando dispareunia e dificultando a atividade sexual. Ademais, os fogachos, a irritabilidade, a melancolia/tristeza, as artralgias/mialgias e a fraqueza/cansaço são sintomas climatéricos que também se correlacionam negativamente com a sexualidade. No entanto, persistem controvérsias sobre a influência da idade como fator mais importante do que o próprio estado menopausal, uma vez que o hipoestrogenismo promove também a redução do colágeno cutâneo e alterações na distribuição de gordura, causando mudanças na configuração corporal, o que, por sua vez, afeta a autoimagem feminina, favorecendo uma menor autoestima e a perda do desejo sexual, levando a vivência de um estado de depressão, ansiedade e insegurança emocional. Além disso, há influência de fatores psicossociais e culturais associados ao próprio envelhecimento, como a incompreensão do parceiro ao momento vivido, a impotência sexual do parceiro, a preocupação com os filhos e com a vida financeira, o medo da traição ou até não considerar o sexo próprio para a idade mesmo sentindo desejo. Objetivo: Revisar a produção científica entre os anos de 2003 e 2013 relativa à influência da menopausa na vivência da sexualidade em mulheres idosas. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática nas bases de dados: LILACS, MEDLINE e SCIELO. Fora utilizado o seguinte descritor: envelhecimento (aging) AND menopausa (menopause) AND sexualidade (sexuality). Empregou-se como critérios de inclusão o ano de publicação e experiências restritas à espécie humana.Resultados: Ao ser inserido o descritor citado para busca, foram localizadas 86 publicações, das quais foram selecionadas 10, que ofereciam os artigos completos e obedeciam aos critérios de inclusão anteriormente citados. Com relação aos últimos 10 anos de pesquisa nesse campo, tem-se que 40% das publicações se concentraram nos anos 2006 e 2007, e as outras foram todas divulgadas a partir dessa data, mostrando uma preocupação recente com tal temática. 40% das pesquisas foram realizadas nos Estados Unidos, enquanto as demais, brasileiras, se distribuíram em diferentes estados (RJ, RN, RS, SP, MG, PI). Quanto ao tipo de estudo, as pesquisas qualitativas prevalecem, seguidas por estudos transversais e revisões bibliográficas. Ademais, nenhum dos autores publicou mais de uma vez nesta seleção. Conclusão: Observa-se a necessidade de pesquisas que visem à construção de ações interventivas com a finalidade de informar às mulheres a respeito das mudanças comportamentais e fisiológicas que ocorrem com o envelhecimento. Além disso, ainda existe uma diminuta quantidade de estudos na área de saúde da mulher nesta etapa da vida num olhar mais holístico e menos biologicista, ou seja, estudos que considerem a abrangência do climatério nas diversas dimensões que constituem a mulher que o vivencia, tal como um ser complexo, pleno e singular que deve ser contemplado em sua integralidade.