Introdução: A terminalidade da vida é algo inerente a todo ser humano e, na atualidade, a questão do cuidado da vida humana no seu final tornou-se significativa em nossa sociedade, na área da saúde e, especialmente na fisioterapia. Se por um lado, pode-se dizer que a maioria da população envelhece em boas condições de vida, ou seja, uma autonomia e independência satisfatória, por outro, uma parcela da população idosa, principalmente as da fase mais avançadas, envelhece em condições dramáticas, fruto de doenças que além de imporem limitações físicas importantes acarretam o aumento da taxa de mortalidade. Objetivo: O presente estudo objetiva analisar o posicionamento dos profissionais fisioterapeutas que atuam com o processo de finitude do ciclo de vida a partir de suas impressões sobre a velhice e a morte no idoso terminal em suporte intensivo. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 08 profissionais do Serviço de Fisioterapia Intensiva do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, no município de João Pessoa/PB. Como instrumento para coleta de dados a entrevista semi-estruturada, orientada por um roteiro previamente estabelecido pelas pesquisadoras, envolvendo questionamentos sobre a velhice e o idoso terminal, bem como a atuação fisioterapêutica em UTI durante o processo de terminalidade. As expressões dos entrevistados foram agrupadas e interpretadas de acordo com a abordagem de análise do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Ao serem inquiridos sobre a relação entre velhice e morte, os entrevistados foram enfáticos quando analisaram essa relação como obrigatoriedade inconsciente da velhice, assim como a importância da atuação fisioterapêutica para essa relação norteia-se pela ideia central de promoção da qualidade de vida, prevalecendo a visão do envelhecimento no seu aspecto biológico e suas consequências no nível individual. Os relatos dos participantes da pesquisa reforçam a ideia de que suas práticas terapêuticas necessitam transpor os limites da tecnicidade e de aproximar a atuação fisioterapêutica da concepção de cuidado cujo foco é o indivíduo em seus aspectos biopsicossociais. Conclusão: A abordagem da temática do envelhecimento inclui, necessariamente, a análise dos aspectos culturais, políticos e econômicos relativos a valores, preconceitos e sistemas simbólicos a sociedades. Entende-se que envelhecimento é um processo vitalício e que os padrões de vida que promovem um envelhecimento com saúde são formados no princípio da vida. Porém, vale salientar que a integralidade do envelhecer implica no morrer. Assim, ao acompanhar o idoso terminal em fase de suporte intensivo, o fisioterapeuta se empenha em lutar contra a doença, tornando-se possível perceber que a própria trajetória de finitude seria percebida como um fator marcante que eleva a dificuldade de lidar com os terminais, pois a impossibilidade de cura passa a ser sentida como sinal de fracasso.