Introdução: A utilização da fitoterapia é consagrada desde a mais remota antiguidade. Esta prática evoluiu, ao longo dos anos, desde as formas mais simples de tratamento local, até as formas tecnologicamente mais sofisticadas de fabricação industrial. O uso de plantas pela população tem levantado o interesse na medida em que se detectam as crenças sobre seu efeito e a extensão de sua indicação. Este conhecimento, se manuseado de forma espontânea, pode contribuir com mecanismos sociais e culturais de conservação da biodiversidade do Nordeste, mas especificamente da cidade de Campina Grande - PB.Objetivo: Verificar o uso de plantas medicinais pela população idosa atendida pela Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Malvinas-V, destacado se a mesma aconselha esse uso e ainda se receberam orientação de algum profissional da saúde para a prática.Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado com pessoas com idade igual ou superior a 60 anos que residem no bairro Malvinas em Campina Grande-PB, no período de agosto a novembro de 2011, por intermédio de questionários semi-estruturados. Os dados foram analisados de forma descritiva e processados no programa SPSS.Resultados: Dos 94 idosos (60 anos ou mais, sendo a média 68,7 anos) entrevistados, 83,0% eram do sexo feminino e 90,4% afirmam usar plantas medicinais no seu cotidiano. Quando questionados se aconselhavam o uso de plantas medicinais para outras pessoas, 75,5% afirmavam que sim e a maioria dos que não aconselham justificam-se por não ter obtido o efeito desejado (31,8%) a partir de suas experiências. Observa-se ainda que, dentre os entrevistados, apenas um (1,1%) recebeu orientação de um profissional da saúde, nesse caso médico, em relação à utilização medicinal de plantas. Por fim, quando questionados se consideravam que as plantas medicinais não podem causar nenhum mal por serem naturais, 47,9% acreditam em tal correlação.Conclusão: As pessoas com mais de 60 anos têm uma maior preferência pelo uso de plantas medicinais no tratamento de suas patologias. Trata-se de uma faixa etária carente e, em geral, apresenta doenças crônicas, levando a maiores gastos em medicamentos. O uso da fitoterapia como prática de saúde está geralmente ligada às pessoas mais idosas e alguns estudos ainda mostram que a maioria da população se apropria do conhecimento dessa prática a partir dos seus familiares. Percebe-se ainda que normalmente poucos são os que recebem alguma instrução por parte dos profissionais de saúde, levando a um risco de propagação de um conhecimento pouco embasado. Observa-se ainda uma parcela considerável de entrevistados que não acreditam que podem se deparar com problemas com o uso de plantas medicinais. Os profissionais da saúde devem alertar para os riscos de intoxicações e complicações a partir desse uso indiscriminado.