O tratamento anti-hipertensivo busca reduzir os índices de morbimortalidade dos indivíduos com hipertensão, além de buscar melhorar a qualidade de vida dessa população. Um aspecto de fundamental importância para o controle pressórico é o seguimento da terapêutica medicamentosa e não medicamentosa prescrita, no qual o enfermeiro deve buscar estratégias junto ao cliente para aumentar sua adesão. Dessa forma, buscou-se investigar o comportamento de seguimento da terapêutica anti-hipertensiva de idosos com hipertensão arterial. Estudo descritivo, transversal, quantitativo, desenvolvido por enfermeiras e acadêmicos de enfermagem com idosos de uma Unidade de Saúde da Família no município de Crato/CE. A população foi composta pelos idosos que apresentavam diagnóstico médico de hipertensão arterial, sendo a amostra constituída por 45 idosos em tratamento farmacológico para hipertensão. A coleta de dados por fonte primária, no período de janeiro a julho de 2012. Os dados quantitativos foram submetidos à análise estatística descritiva e confrontados com literatura pertinente. O estudo foi avaliado por um Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado para implementação. A maioria dos idosos afirmou não consumir sal (64,4%) e gordura (82,2%) na alimentação. Houve relato do uso de cigarro (24,4%) e do consumo de bebidas alcoólicas (11,1%). As idosas negaram o uso de estrógenos e 35,5% dos pacientes relataram fazer uso de fitoterápicos que ajudassem no controle da pressão arterial. Os idosos referiram de forma considerável (86,6%) a inabilidade de lidar com a presença de fatores estressantes em sua realidade cotidiana. Em relação à prática da atividade física, houve discreta prevalência (51,1%) de pacientes que não realizavam atividades regulares. As possíveis causas para a falta de adesão foram esquecimento próprio e dificuldade na prática de exercícios físicos (41,6%). Das 18 causas diferentes citadas, 10 se referiram ao tratamento medicamentoso e oito ao não medicamentoso. Nove pacientes não mencionaram nenhuma causa que intervisse na adesão ao tratamento. Os idosos foram classificados em aderentes totais (28,9%) e parciais (71,1%), com média de 35,3 pontos (DP=5,4). Quando se verifica o comportamento da adesão desses idosos, as questões com menor média foram aquelas relativas à prática de exercícios físicos, ao partilhamento de decisões entre paciente e profissional, à supervisão do tratamento pela família e a aceitação do tratamento. Conclui-se que apesar dos pacientes estarem em tratamento farmacológico para hipertensão há algum tempo e em constante acompanhamento multiprofissional de saúde, eles ainda sofrem com problemas relacionados à doença, acarretando no aumento do risco desses indivíduos desenvolverem complicações cardiovasculares. Muito pode ser feito pela Enfermagem para ampliar seu cuidado, visando melhorar a adesão à terapêutica instituída, intervindo nos fatores de risco modificáveis de desenvolvimento de doenças cárdio e cerebrovasculares. A aplicação de escalas e instrumentos auxilia na identificação dos indivíduos mais susceptíveis a desenvolverem complicações e dessa forma, pode-se definir a terapêutica mais adequada e enfatizar as ações de Enfermagem de prevenção e promoção da saúde dessa clientela.