A atividade lúdica serve de mediação entre o mundo relacional e o mundo simbólico. O lúdico possibilita a experiência da troca e da dinamicidade das relações no compartilhamento e na superação das rotinas, estimulando a fantasia. O teatro de fantoches é uma modalidade versátil e espontânea, que traz facilmente emoções à tona. O uso dos fantoches humaniza a prática, pois contempla os sentimentos, as sensações e a intuição, ao mesmo tempo em que visualiza o imaginário, os desejos e os sonhos das pessoas. O teatro de fantoches pode ser utilizado como fonte para a comunicação, bem como recurso terapêutico na medida em que favorece o vínculo, a troca de informações e experiências culturais, o autoconhecimento e o resgate de valores, possibilitando assim o aumento da auto-estima, por meio das atividades de socialização. Pode ser realizada em todas as faixas etárias e em diferentes espaços, contribuindo para a criação de momentos de descontração, constituindo-se em um instrumento capaz de auxiliar no processo terapêutico de pessoas institucionalizadas. Assim, o presente relato tem como objetivo descrever atividades utilizando o teatro de fantoches para os idosos de uma Instituição de Longa Permanência localizada na cidade de Cajazeiras - PB. Trata-se de um relato de experiência desenvolvido no período de outubro a novembro de 2012, durante as práticas curriculares dos alunos de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande referente à disciplina saúde do idoso. A instituição, onde foram vivenciadas as práticas, conta com 15 idosos residentes permanentemente, sendo 4 acamados. O teatro de fantoches foi utilizado como recurso para promover atividades de educação em saúde voltadas para a realização do autocuidado; a leitura de livros e cordéis envolvendo o contexto cultural e regional e “cantigas” no intuito de resgatar valores e reativar a memória e atenção dos idosos. Nestas atividades procurou-se estimular a participação dos idosos, que interagiam com os personagens, muitas vezes cantando junto ou relatando fatos importantes da sua história de vida. Os idosos expressavam abertamente suas emoções através de sorrisos e gestos carinhosos com os fantoches como: beijos, afagos e acenos; fazendo com que a fantasia daqueles momentos se transformasse em realidade. Desse modo, o sorriso e a alegria tornaram-se pontos chaves para a melhora da auto-estima e consequentemente da situação de saúde dos idosos. Diante destas vivências percebeu-se a importância de desenvolver ações de maneira horizontal, em que haja troca de saberes populares através da diversificação de estratégias que não devem se limitar ao campo técnico-científico. Os profissionais de saúde precisam cada vez mais refletir sobre a necessidade de incorporação das atividades lúdicas na sua atuação. Torna-se evidente os benefícios destas práticas para a qualidade de vida tanto dos idosos quanto daqueles que se propõem a exercer um cuidado centrado na atenção, alegria, criatividade, no resgate aos valores e no respeito ao contexto de vida no qual cada pessoa está inserida.