A universidade enquanto território é compreendida como um espaço de subjetividades, individuais e coletivas, onde manifestam-se as contraposições hegemônicas e dominantes historicamente construídas, tornando-se cenário de resistências, dentre as quais, as mulheres enquanto grupo social minoritário enfrentam cotidianamente no ensino superior. Tendo em vista essa perspectiva, esse estudo buscou compreender empiricamente as dificuldades vivenciadas pelas estudantes cotistas na Universidade Federal do Tocantins, para isso foi realizada uma discussão teórico-metodológica e interdisciplinar, pautada nos estudos de gênero sob uma perspectiva interseccional com o propósito de articulá-las às trajetórias socioespaciais dessas estudantes. Observou-se que as mulheres estudantes cotistas, mulheres negras, mulheres quilombolas, mulheres indígenas e mulheres pobres enfrentam muitos obstáculos para finalizar os cursos na graduação, dificuldades alicerçadas culturalmente por meio das relações de poder que envolvem questões de gênero, étnicas raciais e classe.