As narrativas dos cordéis abordam o cotidiano das pessoas somado à imaginação de seus contadores, assim, as situações reais e o imaginário são tecidos conjuntamente como resultado de experiências vividas ou inventadas. Em relação ao gênero dos narradores, os homens representam a maioria. Essa misoginia pode representar (re)construções sociais dignas de aprofundadas análises socioculturais. Propomos aqui a definição de gênero como elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos como modo primordial de significação das relações de poder. Como instrumento de afirmação da identidade nacional, a literatura brasileira ainda é espaço de disputa no mapeamento social, onde se estabelece hierarquias que definem quem escreve literatura.