O presente trabalho tem o objetivo de retratar a opus magna de Graciliano Ramos sob a ótica jurídica e ambiental, visto que nossa literatura é repleta de obras que retratam o grande embate entre o homem e a natureza, descrevendo situações calamitosas e comoventes de um povo que sofre pela falta de água. Todavia, o autor apresenta com intensidade a tragédia humana que, em sua perspectiva se repete, se perpetua, ao mesmo tempo que se recicla quando molda uma circularidade simbólica passada de pai para filho: a fuga das secas, na incerteza da busca e da esperança de vida. Assim, o direito surge como resposta às irritações produzidas no sistema jurídico de forma a evitar danos, mitigando riscos, em razão de que há estiagem onde antes havia abundância: de água e, principalmente, de poder econômico. O problema então se generaliza: todo o país vivencia “Vidas Secas”.