Introdução: A sexualidade está presente independente do avançar da idade. Porém, muitos fatores externos e internos ao indivíduo podem influenciar negativamente a prática sexual de pessoas idosas. A lesão medular é menos prevalente nessa faixa etária e por isso há poucos estudos investigando esse acometimento em idosos. Pelo fato da lesão medular acarretar, dentre outros distúrbios, alteração da função sexual, cremos que é preciso investigar esses aspectos nos indivíduos idosos que tenham sofrido lesão dessa natureza, uma vez que pode agravar as relações afetivas e trazer consequências psicológicas. Objetivo: Investigar aspectos relacionados à sexualidade de um idoso com lesão medular. Metodologia: Trata-se do relato do caso de um idoso com lesão medular não traumática residente em Natal/RN, Brasil, em março de 2011. Foi utilizado um questionário adaptado contendo questões sociodemográficas, clínicas e relacionadas à vida sexual antes e após a lesão. As questões relacionadas a vida sexual envolviam uma escala de resposta tipo Likert relacionada à desejo (nenhuma – muita vontade), satisfação (nada – muito satisfeito), frequência (não consegue – consegue sempre) e tempo (não consegue – consegue por muito tempo). Os dados foram descritos e analisados qualitativamente. Resultados: J.M., sexo masculino, 60 anos, ensino fundamental incompleto, solteiro (também era solteiro antes da lesão). Tinha lesão medular incompleta do tipo não traumática há 7 anos devido um tumor, apresentava paraparesia, porém ele não soube informar o nível da lesão. Antes da lesão era sexualmente ativo, relatou sentir “vontade moderada” de fazer sexo, ser “muito satisfeito” sexualmente, conseguir ter ereção por “tempo médio” e conseguir “frequentemente” chegar ao orgasmo. Depois da lesão relatou que teve experiência sexual, mas no período da pesquisa não era sexualmente ativo. Relatou que passou a sentir “pouca vontade” de fazer sexo, considerava-se “moderadamente satisfeito” sexualmente, conseguia ter ereção por “pouco tempo” e “conseguia pouco” chegar ao orgasmo. Conclusão: Observou-se que o indivíduo estudado passou a apresentar diminuição dos aspectos relacionados à sexualidade refletidos não só pela falta de atividade sexual, mas também pela diminuição da vontade de fazer sexo e pela diminuição da satisfação sexual após a lesão. O avanço da idade por si só pode levar a diminuição da atividade sexual por questões como alterações hormonais, menor condicionamento físico, comorbidades, baixa autoestima ou estimulação negativa da sociedade. A lesão medular é um agravante para esse processo. Portanto, a educação sexual deve ser focada para essa população específica.