Atualmente a estrutura da família Brasileira tem apresentado profundas transformações. Dentre os principais fatores, o aumento de 161% do número de divórcios no País de 2004 para 2014. Concomitante a isso, o país experimenta quedas nas pontuações dos estudantes em avaliações de larga escala, tanto nacionais como internacionais. Essas duas realidades possuem conexões, conforme apontam algumas pesquisas, dentre elas a do francês Archambault, mostrando que o insucesso escolar é mais visível nas crianças cujos pais estão separados. Por outro lado, o equilíbrio corporal é uma função neurológica importante na criança para a aquisição da linguagem, da leitura e escrita. Assim, o objetivo desse artigo é analisar a relação entre os aspectos sócio afetivos (separação dos pais) e o nível de equilíbrio corporal sobre o rendimento escolar dos alunos de uma escola pública. O referido estudo, de natureza quantitativa do tipo experimental descritivo, foi realizado com 212 alunos das turmas dos 1°, 2° e 3° anos do ensino fundamental em 2004, da Escola Municipal Guilherme Tell, na cidade do Rio de Janeiro. Para analisar a variável rendimento escolar, realizamos a coleta de dados a partir do sistema de avaliação da própria escola. Alunos com rendimento escolar bom foram aqueles com predominância dos conceitos (O), (MB) e (B) no registro de classe. Já os alunos com rendimento escolar ruim, foram aqueles que com predominância dos conceitos (R) e (I). Para analisar a variável separação dos pais aplicamos questionários abertos e fechados com os responsáveis. Para avaliar o equilíbrio corporal, utilizamos o protocolo de teste “EDM” de Rosa Neto, para cada criança com um teste específico à sua idade cronológica, e o resultado foi calculado pelo Quociente Motor específico para o equilíbrio (QM3=IM3/IC3). O critério do resultado com nível baixo de equilíbrio quando o aluno alcançar a escala normal baixo, inferior e muito inferior; e equilíbrio normal quando o participante estiver na escala normal médio, normal alto, superior e muito superior. Nos resultados identificamos que do grupo de alunos que mostraram baixo equilíbrio corporal (n=53), 45% apresentaram rendimento escolar ruim. No grupo de alunos que possuíam pais separados (n=76), 71% dos alunos obtiveram rendimento escolar ruim, revelando que a grande maioria dos alunos que têm pais separados apresentaram rendimento escolar ruim, numa proporção duas vezes maior na comparação com os alunos de bom rendimento. Já os 68% dos alunos com pais não separados tiveram rendimento escolar bom, revelando a proporção duas vezes maior que os alunos com rendimento escolar ruim, considerando o grupo de alunos com pais não separados (n=136). Considerando uma forte relação entre ter pais separados e possuir rendimento escolar ruim, tais resultados sugerem a importância de cônjuges separados não se separarem de seus filhos, buscando, dentre outras ações, acompanharem seu desenvolvimento acadêmico e motor.