Qualidade do sono (QS) e nível de atividade física (NAF) são variáveis relacionadas à alterações metabólicas que têm influência em desfechos e gastos em saúde. Na literatura científica é possível observar estudos que relacionam distúrbios do sono e inatividade física com gastos elevados em saúde. Entretanto, esse tema é pouco explorado na população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim o objetivo do presente estudo foi analisar se NAF e QS se relacionam com gastos em saúde de adultos atendidos pelo SUS na cidade de Presidente Prudente/SP. Compuseram a amostra 168 pacientes de ambos os sexos, com idade ≥ 50 anos e atendidos em duas Unidades Básicas de Saúde. QS foi avaliada pelo Mini-Sleep Questionnaire (10 questões sobre a qualidade do sono, com escore oscilando de 10 a 70) e alterações do sono foram identificadas quando o participante atingia escore ≥ 25 pontos. Para NAF foi utilizado o escore gerado pelo questionário de Baecke, onde foi possível identificar o NAF em três domínios (ocupacional, lazer/locomoção e esporte no lazer). Gastos foram calculados pela demanda de serviços registrados nos prontuários clínicos de acordo com as seguintes informações: medicamentos fornecidos ao paciente, exames laboratoriais realizados e número de consultas médicas, retroagindo um ano à data da realização da avaliação. Comparações entre grupos foram compostas pelos testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. O relacionamento entre gastos, NAF e QS foi avaliado pela correlação de Spearman após transformação logarítmica. As análises foram realizadas no programa BioEstat 5.0 e significância estatística fixada em p-valor < 0,05. Dos 168 pacientes, 52 eram homens (31,0%) e 116 mulheres (69,0%), com idade média de 63,8 ± 8,6 anos. O valor médio do escore do sono para toda a amostra foi de 30,72 (IC95%: 28,86 a 32,59) e para o escore de NAF foi de 6,42 (IC95%: 6,15 a 6,69). Houve associação entre melhor padrão de sono e NAF no lazer/locomoção (p= 0.023) e gastos com medicamentos (p= 0.010). A ocorrência de desordens do sono foi positivamente relacionada a maiores gastos com medicamentos (rho= 0,162) e negativamente relacionada a gastos com exames (rho= -0,152). Considerando NAF, apenas o domínio ocupacional mostrou relação com gastos com consultas (rho= 0,162). Concluímos que QS e NAF são variáveis que parecem se relacionar com gastos em saúde entre pacientes do SUS, com destaque nos seguimentos exames e medicamentos.