Testes incrementais escalonados (TIE) têm sido propostos, na natação, para determinação do consumo máximo de oxigênio (V̇O2max). Especula-se que o TIE de longa duração induza o atleta a um estresse metabólico contínuo (acidose metabólica), que tende a ser mais evidente nos patamares realizados no domínio pesado e severo. Assim, a exaustão poderia ser precipitada antes do V̇O2 alcançar o valor máximo, ou os intervalos entre os patamares permite aumentos descontínuos do V̇O2 até o limite máximo, sem que o excesso de gás carbônico (V̇CO2) induza à compensação respiratória e prejudique a oferta de O2 aos músculos. O presente estudo analisou a validade contextual do TIE para o diagnóstico do V̇O2max, além de investigar a propensão do perfil respiratório em reproduzir uma resposta fisiológica similar ao perfil lactacidêmico. Foram avaliados 20 nadadoresde (16,57 anos (±2,42), 172,76 cm (±10,49) e 65,55 kg (±10,86)). Todos desempenharam o TIE (6x250m e 1x200m, 50-100% da v200m) para a avaliação do V̇O2max e da velocidade correspondente ao V̇O2max (vV̇O2max), além dos limiares do exercício submáximo. O limiar de permuta gasosa (LPG) e ponto de compensação respiratória (PCR) foram determinados pelos parâmetros V̇E/V̇CO2, V̇E/V̇O2, PETCO2 e PETO2 vs. tempo. O critério para a determinação de LPG foi o aumento em V̇E/V̇O2 e PETO2, sob moderado desalinhamento entre V̇CO2 e V̇E. Por sua vez, PCR seguiu o critério de aumento sustentado em V̇E/V̇O2 e V̇E/V̇CO2, com hiperventilação acentuada. O limiar de lactato (vLL) foi determinado pelo intercepto da curva bi-segmentar entre lactato sanguíneo e velocidade, imediatamente acima das concentrações de repouso. O ponto de inflexão da curva lactacidêmica (vPI) também foi determinado pelo intercepto da curva bi-segmentar entre lactato e velocidade, porém com inclinação igual a 1. O teste de ANOVA (conjugado à Scheffe como post-hoc) comparou as médias de V̇O2 e velocidade de nado correspondente aos limiares fisiológicos. Os valores de V̇O2max atingiram 3674,82 ml×min-1 (±611,25), e a vV̇O2max correspondeu à 1,26 m×s-1 (±0,08). Os valores de vLL e vPI corresponderam à 68,28% (±6,09) e 82,09% (±6,88) da vV̇O2max, respectivamente; e quando normalizados pelo V̇O2max, V̇O2LL e V̇O2PI situaram-se em 76,08% (±8,78) e 86,33 (±9,22) do V̇O2max, respectivamente. Ao analisar os limiares fisiológicos por critérios respiratórios, apenas LPG pode ser determinado que correspondeu a 72,01% (±6,05) do V̇O2max e à 70,17% (±6,28) da vV̇O2max. Esses valores não se apresentam diferentes do %V̇O2max ou do %vV̇O2max em LL (p = 0,30 e p = 0,65, respectivamente), porém ao comparar com PI observou-se diferenças (p = 0,03 e p