A fase mais importante para aquisição de massa óssea é o período entre a infância e a adolescência e a prática de exercícios físicos pode potencializar estes ganhos. Porém, há escassez de estudos relacionados à prática de modalidades esportivas de combate (MEC) e ganhos de densidade mineral óssea (DMO) em populações pediátricas. O objetivo do presente estudo foi comparar DMO de membros superiores em adolescentes inativos, praticantes de judô e caratê após 18 meses de acompanhamento. A amostra foi composta por 46 adolescentes (23 meninos e 23 meninas) com idade média de 12,7 + 2,1 anos. Quanto aos grupos de prática esportiva houve judô (n= 12) e caratê (n= 13). Grupo controle foi composto por 21 jovens. Avaliação de DMO de membros inferiores foi realizada pela Absortiometria de Raio-X de dupla energia (DEXA). A análise estatística foi realizada pelo teste de análise de covariância (post-hoc de Bonferroni) com ajuste por sexo, idade e maturação biológica (PVC linha de base). Todas as análises foram realizadas no software BioStat (versão 5.0). Valores de DMO de membros superiores (g/cm2) nos dois períodos de acompanhamento foram: Grupo controle: 0,690+0,079 (linha de base) e 0,748+0,100 (após 18 meses); Caratê: 0,711+0,640 (linha de base) e 0,809+0,124 (após 18 meses); Judô: 0,820+0,212 (linha de base) e 0,882+0,142 (após 18 meses). Ao se comparar DMO de membros superiores entre os grupos após 18 meses, foi encontrada diferença significativa somente entre o grupo controle versus judô (p-valor = 0,001). Controle versus caratê (p-valor = 0,125) e caratê versus judô (p-valor = 0,581) não apresentaram diferenças significativas. Conclui-se que a única MEC que apresentou resultado significativo de ganho de DMO para membros superiores ao longo de 18 meses foi o judô, indicando que a forma como os membros superiores são recrutados tanto no treinamento, quanto em competições, se configura como um estímulo osteogênico eficaz, com torções, pegadas e quedas (tração muscular sobre o osso), oferecendo ao praticante um fator de proteção para fraturas e osteoporose nos braços. Apoio CAPES e FAPESP.