Introdução: Os segmentos de atuação do profissional de Educação Física atualmente, contemplam os campos escolares e não escolares. Porém, até a década de 1990, a principal alternativa para a atuação profissional formal em Educação Física era ser professor no ensino básico. As mudanças nos currículos e a organização das instituições de classe, como os conselhos e os sindicatos, foram estruturadas ao final da década de 1990 e início dos anos 2000, como uma resposta para a legitimação das práticas profissionais que extrapolavam o emprego formalizado. Partindo deste cenário, torna-se fundamental compreender como os profissionais de Educação Física tem se organizado no mercado de trabalho com a expansão das possibilidades de atuação nos últimos anos. Nos apropriamos do ponto de vista da Sociologia das Profissões como lente teórica para a análise do mercado profissional da Educação Física. Metodologia: O estudo é de natureza qualitativa e descritiva, pois se propõe a apresentar e discutir dados sobre o mercado de trabalho na Educação Física, os quais foram coletados nos bancos de microdados da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais de 2014, vinculados ao Ministério do Trabalho. Os dados foram organizados em quadros e gráficos por meio do software Microsoft Excel 2007. Resultados: Como resultados, identificamos que, em sua maioria, os profissionais inseridos no mercado formal são homens e encontram-se na faixa dos 30 a 39 anos de idade, caracterizando um perfil jovem. Com exceção do estado do Paraná, com 53,7% de mulheres e 46,7% de homens em empregos formais, estados como Bahia, Ceará, Distrito Federal e Goiás apresentam mais de 60% de participação masculina na área da Educação Física. O volume de vínculos formais estão concentrados na faixa dos 25 aos 39 anos de idade no ano de 2014 e indica que a carreira formal tem seu ápice nos primeiros 15 anos de exercício profissional. Na totalidade dos estados, a educação formalizada, composta pelo ensino fundamental, médio e superior, é a maior fatia do mercado de trabalho. Nos setores não escolares, o estrato dos “preparadores físicos” é o que se sobressai. Em geral, o vínculo formal, está na faixa de 6 meses a 24 meses de vínculo com carteira assinada. Na Bahia, Ceará e Distrito Federal, a maior proporção de profissionais atua por mais de 40 horas semanais. Em geral, em todos os estados analisado neste estudo, mais de 60% dos profissionais recebem a faixa de renda de até três salários mínimos. Conclusão: o panorama observado por meio dos dados da RAIS de 2014, demonstra que, a aderência nos segmentos de intervenção não é duradoura, assim como o valor agregado ao trabalho em grande parte dos estados, não reforça a permanência do profissional em uma carreira longa. Em outras palavras, é necessário maior engajamento das instituições e dos profissionais para nutrir investimentos na carreira em longo prazo. Apoio FAPESP.