O processo de envelhecimento é uma realidade presente em grande parte das sociedades. No Brasil, estima-se que existam cerca de 17,6 milhões de pessoas idosas. Acredita-se que em 2050 existam cerca de 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no mundo, sendo a maioria nos países em desenvolvimento. Para tanto, nesta pesquisa se busca o registro de fatores de risco em usuários idosos da Rede Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Sendo esta transversal, de base populacional e descritiva a partir da avaliação nutricional por índices antropométricos, hábitos de vida e comorbidades inter-relacionadas. Os resultados mostram predominância de pessoas medianamente idosas, sexo feminino, viúvos (as), aposentados (as) e com renda mensal de um salário mínimo. Quanto ao estado nutricional pelo IMC, encontraram-se altos percentuais de obesidade, fator importante para o desenvolvimento de hipertensão arterial. Verificou-se, também, que a maioria apresentou valores muito elevados em relação à circunferência da cintura e valores normais de acordo com a circunferência do braço. Outros aspectos como história familiar positiva para doenças cardiovasculares, não fumam, não consomem bebida alcoólica e não praticam atividade física foram observados. Estes últimos são considerados fatores de risco modificáveis, sendo assim, passíveis de prevenção. Notou-se, ainda, elevada utilização de temperos prontos e molhos industrializados no preparo das refeições, sendo que estes possuem grande quantidade de sódio, elemento responsável pelo aumento da pressão arterial. Em relação à ingestão referida de embutidos, enlatados e refrigerantes, verificou-se que a maioria ingere mensalmente esses produtos. No tocante as comorbidades associadas à hipertensão pode-se observar que grande parte dos estudados possui alterações nas frações lipídicas, caracterizando as dislipidemias, e, que menos da metade dos idosos relataram ser diabéticos. Como discutido na pesquisa, com o aumento da idade média de sobrevida, doenças crônicas não transmissíveis estarão cada vez mais presentes, principalmente as doenças cardiovasculares. Tal fato, torna imprescindível quantificar o risco cardiovascular global e realizar o levantamento da prevalência de fatores de risco numa população, pois a melhor terapêutica é a prevenção, combatendo-se os fatores de risco através da implantação de políticas públicas de saúde.