Resumo: As relações estritas entre microrganismos e seres humanos são de conhecimento da comunidade científica. As microbiotas normais, de natureza comensal, se mostram úteis para o bom funcionamento do nosso organismo, regulando processos de nutrição e desenvolvimento de respostas imunes. As oportunistas relacionam-se à suscetibilidade direta na instalação de doenças, as quais estão diretamente relacionadas a riscos iminentes na rotina da comunidade e principalmente dos profissionais da saúde, diante da exposição à heterogeneidade de condições de saúde e os riscos físicos, químicos e biológicos inerentes ao desenvolvimento de suas atividades em saúde. Observa-se um histórico marcado pelo crescente número de casos de infecções relacionadas à assistência à saúde, motivando a utilização de técnicas de biossegurança que visam a prevenção dos problemas em questão. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo evidenciar a importância das técnicas de biossegurança na prática assistencialista à saúde, tratando-se de uma revisão bibliográfica acerca do referido tema. Para tanto, foi realizado um levantamento de publicações indexadas na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e na Plataforma CAPES. Considerada um problema de saúde pública, as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), estão diretamente relacionadas a unidades de atendimento à saúde específicas, como os hospitais, justificada pela criticidade do ambiente, sendo uma das principais causas de aumento no tempo de internações. No entanto, não se limitam a tal ambiente, visto que na prática de saúde a utilização de dispositivos e instrumentos oportunizam a transmissão de diversas espécies de microrganismos, como sugerido na literatura. Em análises microbiológicas de macas e jalecos de profissionais e acadêmicos de saúde, em Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais, clínicas de Odontologia e de Fisioterapia, constatou-se a presença de espécies do gênero Streptopcoccus spp e Staphylococcus spp, Penicillium spp e Aspergillus fumigatus, podendo aqueles serem considerados como veículos de patógenos, os quais tendem a potencializar os riscos de infecção na rotina assistencialista, uma vez que o contato direto com pacientes e superfícies inanimadas favorece a transmissão. Diante disso, observa-se o crescente interesse da comunidade científica pelo reconhecimento da importância de práticas de controle e prevenção de IRAS, em razão da relevância do problema e o impacto na sociedade. Sugere-se ainda a necessidade da implementação e manutenção das condutas de biossegurança na rotina profissional, sendo fundamental a educação contínua em saúde, direcionada a acadêmicos e profissionais, tendo em vista que tais práticas repercutem na assistência prestada à comunidade, contribuindo para reduzir taxas de infecções nos diversos níveis de assistência.