Com o fenômeno contemporâneo do envelhecimento populacional mundial, há uma expectativa generalizada de que o idoso dependente seja cuidado pela família. Assim, emerge o cuidador informal como uma peça chave na promoção da qualidade de vida. De acordo com os sinais emitidos, se reforça a suspeita de que atualmente são insuficientes apoio político e reconhecimento social, na efetivação do papel que este sujeito desempenha. Ponderamos, então, que o sujeito que coadjuva este fenômeno do envelhecimento também deve ser considerado(as) e projetado(a) como objeto legítimo de preocupação científica e pública. Diante do cenário exposto, questionamos que noção o(a) cuidador(a) informal familiar da pessoa idosa tem das repercussões do exercício deste cuidado em sua vida privada e social. Participaram deste estudo 12 cuidadores(as), em sua maioria mulheres, que residem em um bairro periférico de Cajazeiras. Estes(as) foram previamente informados(as) sobre o propósito da pesquisa e todos os seus direitos como informantes. Os dados para o estudo foram coletados através da aplicação de entrevistas semiestruturadas e analisados à luz de uma perspectiva qualitativa, por temas. Dessa análise constatou-se, corroborando com a literatura explorada, consideráveis menções ao estresse e ao cansaço físico e mental pelos(as) informantes, sobretudo devido à sobrecarga do exercício do cuidar. E, embora os sujeitos desta pesquisa busquem mecanismos de adaptação para manter, ainda que limitadamente, seu conforto emocional e suas satisfações cotidianas asseguradas, consideramos significativos os relatos de adoecimento, isolamento social e abandono do emprego, associados às demandas do tempo para o desempenho do papel de cuidador(a) informal familiar.