INTRODUÇÃO: A presença de idosos cuidadores na nossa sociedade tem sido cada vez mais constante, isso por que as famílias brasileiras estão passando por mudanças estruturais, sociais e culturais, que resultam em uma desorganização familiar típica dos tempos atuais. No Brasil, o número de filhos por casal vem diminuindo nos últimos tempos, o que se reflete em uma teia familiar mais restrita e por consequencia a escolha de um cuidador entre os familiares torna-se cada vez mais difícil, o que faz com que o idoso se disponha a exercer o papel de cuidador em seu domicílio.No entanto, a sobrecarga resultante das atividades de cuidar compromete tanto a saúde do cuidador quanto do indivíduo que é cuidado. Quando o cuidador é um idoso, o desgaste é ainda maior, pois a sobrecarga é somada ao processo de envelhecimento e, consequentemente, por modificações fisiológicas deletérias típicas dessa faixa etária. OBJETIVO: Conhecer a atuação do idoso como cuidador considerando seu processo de envelhecimento. METODOLOGIA:Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória e descritiva. A coleta de dados foi obtida por meio de Grupos Focais realizados em 3 Centros de Saúde da Família da Regional I da cidade de Fortaleza no período de dezembro de 2012 a janeiro de 2013. A amostra foi composta por 21 idosos que exercem o papel de cuidador em seu domicílio, em média, sete idosos por grupo Focal. Foram discutidas em cada Grupo focal duas questões norteadoras, são elas: Como era o cuidado realizado na família de origem do idoso? Como o idoso se sente como cuidador? RESULTADOS E CONCLUSÃO: Dois DSCs serão destacados no presente estudo, o primeiro refere-se ao cuidado na família de origem do idoso: “As pessoas não são mais como antigamente, não tem mais amor e nem respeito, antigamente, as pessoas sentiam obrigação de cuidar de um doente que estava perto, por compaixão, por caridade, era humano”. O segundo refere-se à atuação do idoso como cuidador: “Hoje eu tô muito cansada. Eu não saio de casa! Não tenho lazer de nada, vivo só naquela preocupação” Pelos discursos do sujeito coletivo, percebe-se inicialmente as mudanças na estrutura e organização das famílias no cuidado dos idosos em domicílio, o que contribui para que os próprios idosos se tornem cuidadores. No entanto, as atividades de cuidar são desgastantes e os idosos que exercem atividades de cuidar são ainda mais vulneráveis a esse desgaste.O estudo Também nos permite conhecer as mudanças no cuidado prestado nas famílias dos idosos do seu tempo de infância para os dias atuais, e também compartilhar alguns sentimentos e percepções vivenciados por ele, detectando a necessidade de apoio social, e ainda refletir sobre a prática dos profissionais de saúde ao assistir a família e, principalmente, o idoso cuidador.