Introdução: Levando-se em consideração o atual paradigma social do envelhecimento e sua repercussão na dimensão da saúde, o estudo acerca da capacidade funcional do idoso ganha notoriedade ao avaliar o estado de saúde desses indivíduos, observando características resultantes do aumento da expectativa de vida e das questões próprias ao cotidiano do idoso. A capacidade funcional relaciona-se à habilidade do indivíduo de realizar com autonomia as atividades fundamentais para a sua sobrevivência e manutenção de suas relações sociais, dividindo-se em dois domínios: as atividades básicas da vida diária (ABVD) e atividades instrumentais da vida diária (AIVD). As primeiras estão ligadas ao autocuidado do indivíduo; já as atividades instrumentais englobam tarefas mais complexas, muitas vezes, relacionadas à participação social do sujeito na sociedade. Objetivo: Identificar o perfil dos idosos participantes do grupo de Hidrocinesioterapia da Clínica Escola de Fisioterapia, da Universidade Federal da Paraíba e conhecer a capacidade funcional destes para a realização das ABVD e AIVD. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo transversal, observacional e de campo, envolvendo idosos (n=19); faixa etária entre 61 e 85 anos (71,4 ± 7,79); de ambos os sexos e escolhidos por acessibilidade. Os idosos foram submetidos a um programa de Hidrocinesioterapia, 2 vezes por semana, em dezembro de 2012 a abril de 2013, respeitando-se os aspectos éticos e legais de pesquisa. Foram utilizados como variáveis do estudo os dados sociodemográficos, as ABVD e AIVD, tendo como instrumentos de avaliação, respectivamente, o Índex de Katz e Escala de Lawton. Foi realizada uma análise descritiva dos dados, com a média, desvio padrão das variáveis estudadas, fazendo uso do programa estatístico SPSS, versão 19.0 para Windows. Resultados: De acordo com os dados relativos às características sociodemográficas dos indivíduos, percebeu-se que, com relação ao sexo, 78,9% dos idosos eram representados pelo sexo feminino. Em relação ao estado conjugal, 57,9% declararam ser casados e quanto ao grau de escolaridade, 63,2% cursaram até Ensino Fundamental I, sendo 94,7% aposentados. Referente à capacidade funcional para realizar as ABVD foi possível observar os itens que apresentaram maiores percentuais de independência: Banho, Higiene e Alimentação com 100% realizando de maneira satisfatória; 89,5% dos idosos declararam autonomia em relação à continência, revelando controle sobre suas necessidades fisiológicas e 68,4% afirmaram independência no item da capacidade de vestir-se. Em relação à realização das AIVD, 85% dos idosos declararam que o uso do telefone, o preparo de refeição, a lavagem de roupas e gestão de finanças são realizados de forma independente; 89,4% declararam ir às compras sem ajuda; 84,2% são capazes de realizar trabalhos manuais de maneira autônoma; 73,7% têm condições de arrumar a casa e cuidar de suas próprias medicações e 68,4% conseguem ir a locais distantes sem planejamento prévio. Conclusão: Podemos inferir, por meio dos resultados preliminares do estudo, que as ações e estratégias voltadas para atenção integral à saúde do idoso contribuem de modo a favorecer o envelhecimento saudável, sendo facilitadores por contribuir na manutenção e melhoria da capacidade funcional, permitindo-lhes maior independência e autonomia na sociedade e consequente melhor qualidade de vida.