A pesquisa objetiva possibilitar a inserção do graffiti e/ou pixo nas aulas de literatura do Ensino Médio como um caminho para o letramento poético. Para abordar essa perspectiva, utilizaremos os Estudos Culturais (HALL, 1997; 2014) em literatura, uma investigação voltada para as relações de poder e resistência, conforme as teorizações de Foucault (2014). A fim de pensar o graffiti e o pixo como intervenções urbanas, seguiremos as discussões de Monteiro (2015), e para dialogarmos com as questões de letramento “poético-marginal”, as discussões de Cosson ( 2007; 2014) e Souza (2011). Neste trabalho, entendemos o termo “marginalização” como toda produção que se encontra fora da exposição comercial de produtos e obras (literárias). Assim, o graffiti e o pixo, como ações de arte contemporânea, são representações dessas produções literárias marginais. Portanto, construir um ensino de literatura com os elementos que estão às margens das produções culturais dominantes e que não estão incluídas nas listas de indicações de cânones é promover a inclusão de saberes e de discentes, bem como reconfigurar os olhares para os espaços da sala de aula, da escola e da comunidade. Possibilitar a compreensão e a importância de explorar os elementos contemporâneos e artísticos como possibilidades de pertencimento e assim tornar significativo o ensino de literatura em diálogo com outras artes.