INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional acarreta o aumento da prevalência de várias doenças crônicas, entre elas a hipertensão arterial sistêmica (HAS), que já atinge 63,2% das pessoas com 65 anos ou mais (Ministério da Saúde, 2010). A HAS é fator de risco para inúmeras doenças, como o Acidente Vascular Encefálico e a Insuficiência coronariana. Estudos recentes demonstram que a HAS também seria fator de risco importante para o desenvolvimento de déficit cognitivo, entretanto esta relação ainda não está completamente esclarecida. OBJETIVO: Comparar risco de desenvolvimento de declínio cognitivo entre idosos hipertensos e normotensos. METODOLOGIA: As publicações foram pesquisadas nos sites Medline, Ovid, Lilacs e periódicos Capes, com as seguintes palavras-chave: elderly hypertension and cognitive rate, factors of cognitive decreasement, elderly hypertension, cognitive score on elderly. Todas as publicações, no período de abril de 2011 a abril de 2013, foram selecionadas. Foram encontrados 17 artigos, destes, selecionados os 8 mais relevantes. RESULTADOS: Matoso et al, 2013 fez uma avaliação neuropsicológica ampla em idosos hipertensos (n=28) e normotensos (n=17), através do ‘’Cambridge Cognition Revised’’ (CAMCOG-R) , dos "Trail Making Test A and B" (TMT A e B) e do "Rey Auditory Verbal Learning Test" (RAVLT). Os idosos hipertensos apresentaram menor escore do CAMCOG-R (N = 87,6 ± 1,8; H = 78,6 ± 1,4; p = 0,002) e menor somatório do RAVLT (N = 51,8 ± 1,7; H = 40,7 ± 1,5; p < 0,0001). Já Banhato e Guedes, 2011 dividiram uma amostra de 118 idosos (63 hipertensos) de acordo com a escolaridade e aplicaram o Miniexame do Estado Mental e a forma abreviada com oito subtestes (FA8) da Escala Wechsler de Inteligência para Adultos-III (WAIS-III). Entre os participantes de alta escolaridade não foram encontradas diferenças significativas na cognição. Entretanto, nos de baixa escolaridade, a análise do desempenho cognitivo identificou que, apesar de serem mais velhos (t=-2,25; gl=65; p=0,03), os não hipertensos obtiveram médias significativamente superiores nos subtestes Dígitos, Raciocínio Matricial, Códigos e Procurar Símbolos. Em contraposto, Cavallini e Chor, 2003 fizeram um inquérito em uma unidade ambulatorial de atendimento a idosos, identificando 99 indivíduos com disfunção cognitiva em 307 participantes. Foi estimada uma associação inversa de grande magnitude entre hipertensão arterial e déficit cognitivo para o grupo de idosos com 80 anos ou mais, cujo diagnóstico foi registrado há cinco anos ou mais (OR = 0,13; IC 95% = 0,03 - 0,54), sendo que essa associação não foi encontrada entre os indivíduos com idades entre 65 e 79 anos. CONCLUSÃO: Apesar de estudos recentes demonstrarem associação de risco entre HAS e piora cognitiva no idoso, ainda não existe um consenso. Estudos com amostras consideráveis ainda apresentam resultados conflitantes, o que pode ser devido a métodos de análise neurológicas pouco sensíveis. Em síntese, este tema ainda necessita de maior investigação.