Introdução:A hipotensão ortostática (HO) é um problema clínico comum em idosos, decorrendo da mudança da posição em decubito dorsal para a ortostática.Os estudos sobre HO já realizados envolvem idosos em asilos ou ambulatórios, ou mesmo na comunidade. Os objetivos desse estudo foram avaliar prevalência, fatores associados e sintomas de HO e pós-prandial em idosos internados em enfermarias de clínica médica. Metodologia: Trata-se de um modelo modelo observacional, transversal e comparativo (grupo controle de indivíduos não idosos), com 80 idosos internados nas enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), excluindo-se excluídos os pacientes impossibilitados de se mover para a posição ortostática, os que não conseguiam permanecer na posição ortostática sem apoio e aqueles com arritmia cardíaca.As variáveis secundárias pesquisadas foram idade, sexo, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica (HAS), cardiopatia e uso contínuo de fármacos. A estatística inferencial foi feita através dos testes qui-quadrado, Mann-Whitney e Wilcoxon a 5%. O projeto dste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/HULW), sob nº 580/2010.Resultados: A prevalência de HO foi de 32,5% (26/80) na amostra total, de 57,7% no grupo de idosos e de 25% no grupo de não idosos; 15 pacientes (18,8%) apresentaram hipotensão pós-prandial, 11 deles idosos (27,5%).Observou-se diferença estatisticamente significativa em relação à idade entre os pacientes que apresentaram HO e os que não a apresentaram (p=0,04).Constatou-se associação estatisticamente significativa dos seguintes fatores com HO: cardiopatia (p=0,002), diabetes mellitus (p=0,005), uso de fármacos considerados fatores associados a HO (p = 0,01) e hipertensão arterial (p=0,02) entre os idosos, o que ocorreu de forma similar no grupo controle. Conclusão: A prevalência de HO em pacientes idosos internados foi elevada, mais frequente em diabéticos, hipertensos e cardiopatas, sendo assintomática na maioria dos casos. A prevalência de hipotensão pós-prandial apresentou frequência esperada. Evidencia-se a importância prática da monitorização das mudanças posturais da PA em pacientes idosos durante internações.