A população brasileira se apresenta cada vez mais composta pelo grupo etário acima de 65 anos. Segundo o IBGE, atualmente os idosos com 65 anos ou mais compõem 8,17% da população. Com a expectativa de vida aumentada, os cuidados necessários para o manejo da saúde são mais requisitados, por vezes fazendo com que o idoso se torne mais dependente da família para os cuidados, não somente físicos, mas financeiros. Visto que a situação socioeconômica da população idosa influencia diretamente em seu estado de saúde e sua interação com a atenção à saúde, o presente estudo objetiva avaliar o perfil socioeconômico de um grupo de idosos atendido em unidades básicas de saúde do município de Natal/RN. Estudo do tipo transversal realizado com idosos cadastrados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e participantes de grupos específicos para essa faixa etária. A pesquisa se desenvolveu na cidade de Natal/RN. A amostra de 100 idosos foi calculada com base na seguinte fórmula: n=z2α*P*Q/E2. Entre os meses de janeiro a abril de 2015 ocorreu a fase de coleta dos dados. Formulário específico foi elaborado com vistas a contemplar aspectos relevantes da anamnese e exame físico do idoso. Os dados extraídos dessa etapa foram tabulados em planilhas do Microsoft Office Excel e processados pelo IBM SPSS Statistic, a partir do que se sucedeu a análise da estatística descritiva (média, mediana, desvio padrão, mínimo, máximo e os valores relativos), com verificação da normalidade dos dados por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o nº de protocolo 912.088. Dos 100 idosos do estudo, 80 eram do sexo feminino e 20 do sexo masculino. Em relação ao estado civil, a maioria relatou não ter companheiro (a), somando 54% dos idosos. Apenas 03 não eram procedentes do estado no qual se desenvolveu a pesquisa, e entre os demais 65 eram advindos da capital e 32 do interior do estado. No que diz respeito à religiosidade, 96% dos idosos afirmaram ser praticantes. Além disso, 86% referiram estar aposentados ou serem beneficiários, seguindo-se por 13% de desempregados e apenas 1% era de trabalhador ativo. Entre os idosos, verificou-se uma média de idade de 70 anos, sendo a mínima de 60 e máxima de 91 anos. No que diz respeito à renda familiar, constatou-se uma média de 02 salários mínimos, sendo a mínima de 0,5 e máxima de 15 salários. Diante dos dados obtidos nesse estudo, constata-se a tendência percebida para o envelhecimento humano na sociedade atual: o aumento da expectativa de vida e predominância de indivíduos do sexo feminino, caracterizando a feminização do envelhecimento. Além do mais, constata-se a realidade brasileira de uma baixa renda familiar entre os indivíduos estudados. Nesse ínterim, é válido ressaltar a necessidade de se compreender o perfil socioeconômico dos idosos atendidos no âmbito da Atenção Primária à Saúde para que as ações e os serviços sejam direcionados de modo a atender suas necessidades específicas.