Introdução: Atualmente discute-se sobre o envelhecimento enfocando os aspectos psicológicos e, especialmente, a auto-imagem do idoso. As teorias psicológicas afirmam que, com o processo do envelhecimento, há uma depreciação da autoimagem e rebaixamento da auto-estima. O ser humano é dependente do seu corpo, das habilidades, roupas, cabelos, bem como da integração e harmonia com relação ao “eu”. Os estudiosos definem a auto-imagem como sendo a representação e a figuração de nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo se apresenta para nós. Para o ser humano, a imagem corporal desempenha um papel importante na consciência de si, autoestima e convivência grupal. Objetivou-se, neste trabalho, investigar a concepção da auto-imagem de idosos, considerando a temporalidade, e averiguar como os idosos percebem as mudanças físicas e psicológicas do envelhecer. Para isso realizou-se intervenção com o grupo “Conviver na Melhor Idade”, do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), em um município do interior da Paraíba. Método: Junto a uma população predominantemente do sexo feminino, com faixa etária de 51 a 79 anos, aplicou-se técnica de dinâmica de grupo, como elemento facilitador da comunicação de vivências que, sendo gravadas, foram estudadas mediante análise de discurso. Resultados: Nos relatos de dezesseis, dentre os vinte e três participantes do grupo, evidenciaram-se reminiscências sobre o tempo de ontem numa perspectiva positiva: “feliz, bonita, ativa, bem, não reclamo por que estou ficando velha”. Foi ressaltado que antigamente eram “dispostos, fortes, mais resistentes do que hoje.”, fato que mostra o reconhecimento das mudanças verificadas no corpo, embora remetam-se ao tempo de hoje a partir de uma perspectiva positiva quando relatam as suas vivências sociais com amigos e familiares e os benefícios na qualidade de vida com melhor acesso à saúde e ao lazer, por exemplo: “feliz da vida, [...] estou com saúde; Divertida, danço [...]. Gosto das minhas amigas do grupo”, o que evidencia que se o tempo envelhece o corpo, nem sempre deteriora a auto-imagem construída por pessoas idosas. Infere-se que os idosos possuem autoestima e imagem corporal elevada, fato que pode estar relacionado aos múltiplos fatores, como: convívio com outros idosos e familiar harmonioso, autopercepção, autoconfiança e autovalorização preservada, e que interferem direta ou indiretamente na saúde do idoso.