O Brasil é resultante de uma mistura de saberes de diversos grupos indígenas, juntamente com europeus e africanos que trouxeram consigo grande quantidade de plantas. No Nordeste, é encontrado na Caatinga grande diversidade cultural que representa um valioso conhecimento a ser explorado e que contraditoriamente é em muito desconhecido. Portanto, foi realizado um levantamento etnobotânico em comunidades de Santa Cruz do Capibaribe -PE. Foram realizadas 50 entrevistas com moradores locais, na busca por informações acerca do uso terapêutico da vegetação regional e suas particularidades. Observou-se que as espécies mais representativas foram Jatropha curcas (pinhão-bravo, 31,64%), Schinus terebinthifolius (aroeira, 29,11%) e Dipteryx odorata (Cumaru, 29,11%), a parte mais utilizada foi a folha (26,27%), sendo as formas de usos mais recorrentes foram a infusão (33,33%) e decocção (26,01%), para os tratamentos de inflamação (5,43%), diarreia (4,59%) e tosse (4,38%). Constatou-se que o aparelho digestivo e respiratório foram os principais alvos das plantas medicinais. Portanto, os entrevistados são detentores de informações acerca do uso das plantas, fato esse comprovado pela miscelânea de indicação de uso de plantas para os mais diversos tratamentos, e que os mais jovens demonstram interesse em assimilar as informações sobre as espécies e as suas diferentes formas de utilização.