A vida, como a conhecemos, tem a água como um dos elementos indispensáveis, sendo sua ausência ou escassez o suficiente para levar ao colapso comunidades bióticas inteiras. Por esse motivo, regiões semiáridas possuem seres vivos adaptados a suportarem longos períodos de estiagem. Em se tratando dos seres humanos, o acesso a esse elemento fundamental é, inclusive, previsto na legislação (BRASIL, 2005).
Sabemos que a distribuição desse valioso recurso se dá de forma desigual pelos biomas do Brasil e do mundo. Em relação à realidade brasileira, a região semiárida localizada no nordeste está entre as áreas com menor distribuição dos recursos hídricos por habitante, enquanto regiões como a amazônica detêm cerca de 80% da água doce (OLIVEIRA & ALMEIDA, 2008).
No semiárido, portanto, a obtenção e armazenamento da água são pontos extremamente importantes para a manutenção do bem estar social. No ano de 2011, o governo federal iniciou o Programa Água Para Todos buscando promover o acesso irrestrito à água em nosso país, tendo a população do semiárido como sua prioridade e apresentando como uma de suas metas a construção de cisternas como meio de armazenamento nas residências (ANDRADE & NUNES, 2004). Tal medida, de caráter apenas paliativo, foi bem recebida pela população do semiárido e as cisternas continuam sendo uma das principais formas de armazenamento de água para os que vivem na região.
Uma compreensão mais ampla de como a população urbana e rural da cidade de Itapetim-PE (cidade localizada em região semiárida) tem acesso aos recursos hídricos e de que forma é feito seu armazenamento é o principal foco desta pesquisa buscando, assim, entender os paradigmas e dificuldades das realidades urbana e rural do município a cerca desse recurso indispensável à vida.