O capim-corrente (Urochloa mosambicensis Hack. Daudy) tem origem no continente africano, na região de Rodésia. No Brasil, foi introduzido em 1922 (PUPPO, 1979). No Semiárido do Brasil é comum a ocorrência de longos períodos de estiagens, sendo necessária a busca de espécies forrageiras produtivas e persistentes. E uma boa opção para este problema é a utilização do capim-corrente, pois, apresenta moderada tolerância à seca (OLIVEIRA, 2005), podendo ser utilizada para pastejo, produção de feno e silagem. Atualmente, vem ocorrendo degradações de pastagens e isto se deve a fatores, como uso de espécies forrageiras não adaptadas, manejo inadequado, ataque de pragas e falta de adubação (MACEDO et al., 2000). Com isto, a presença de nutrientes é essencial para as plantas. Desta forma, o esterco líquido suíno contém matéria orgânica e diversos elementos essenciais para planta (OLIVEIRA, 1993). Tendo em vista o aumento na produção de suínos e a necessidade de aproveitar os resíduos de forma sustentável, somado ao potencial forrageiro do capim-corrente, face à escassez de informações na literatura sobre esta gramínea, justifica-se aprimorar o conhecimento sobre esta espécie forrageira com mais pesquisas. Desse modo, objetivou-se avaliar o efeito de diferentes doses de esterco suíno na adubação do capim-corrente submetido a duas alturas de corte. Conduziu-se o experimento na da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) da Universidade Federal Rural de Pernambuco de abril a junho de 2016. O delineamento foi inteiramente casualizado no esquema fatorial 4 x 2, com quatro níveis de adubação orgânica (0, 5000, 10000, 15000 kg.ha-1) duas alturas de corte (10 e 20 cm), e três repetições. Foi utilizado vasos com 6,84 dm3 de solo. Inicialmente, transplantou-se dois perfilhos por vaso, sendo irrigados por 35 dias para estabelecimento. Logo após, realizou-se o corte de uniformização. Em seguida, distribuiu-se esterco sobre a superfície do solo, sendo realizada marcação de um perfilho por vaso para acompanhamento, com medições de diâmetro e comprimento de colmo, comprimento e largura de folha e altura de planta. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5%. Não houve interação (p>0,05) entre doses de esterco e alturas de corte sobre as características agronômicas do capim-corrente. Aos 40 dias após corte de uniformização não houve diferença (p>0,05) para os tratamentos com esterco suíno. Provavelmente, o tempo foi insuficiente para decomposição e mineralização dos nutrientes, sendo este, um fator preponderante para o desenvolvimento das plantas. Apenas a altura de planta foi significativa a 1% de probabilidade (p<0,01) para a variável altura de corte. Isso se explica ao corte realizado no início do experimento, em que foram utilizadas as alturas de corte de 10 e 20 cm a partir do solo, dessa forma, durante o período de observações o grupo que recebeu corte de 20 cm do solo permaneceu com altura de planta superior aos tratamentos com 10 cm. A adubação com esterco suíno não influencia as características agronômicas em somente um ciclo de crescimento. No entanto, as alturas de corte influenciam a altura do capim-corrente.