O presente trabalho é um recorte do relato das experiências vivenciadas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada na cidade de Frei Martinho- PB, por uma graduanda do curso de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), durante o Estágio Multidisciplinar Interiorizado (EMI) que ocorreu no mês de abril de 2013. O EMI é uma oportunidade enriquecedora de colocar em prática o que é apreendido na academia e de propiciar experiências que se estendem para além das atividades desenvolvidas na própria UBS, mas que se propalam pelo território onde vivem os usuários da unidade de saúde. Para efeito deste estudo centrou-se a atenção nas experiências vivenciadas durante as consultas de pacientes idosos hipertensos e diabéticos, na campanha de vacinação contra a gripe em idosos e na realização de visitas domiciliares. Estas atividades me colocaram em contato direto com idosos reativos frente ao tratamento preventivo da hipertensão e diabetes e à vacinação contra a gripe motivando-me a relatar experiências e a identificar percepções. Para apreensão das percepções adotou-se dois procedimentos metodológicos: registro em diário de campo e produção individual, sem roteiro pré-estabelecido, de um texto sobre as impressões dos acontecimentos vivenciados no campo. Os textos foram confrontados com os diários de campo e submetidos à análise de conteúdo temática. Com os resultados compreendi que minhas percepções sobre o comportamento de idosos usuários da UBS se organizam em torno das seguintes categorias temáticas: expressões de desengano com relação à prática de atividade física como suporte ao tratamento de hipertensão e diabetes, dificuldades em manter uma dieta saudável, problemas e preocupações familiares, declarações negativas acerca do efeito benéfico da vacina contra a gripe, expressões de medo e ansiedade com relação à vacina, entre outras, ficando ainda notório que as dificuldades tornam-se comuns a esses idosos graças ao dia-a-dia que levam, seja ele por conseqüências de uma árdua vivência, ou por alguma enfermidade adquirida ao longo dos anos. Considero que minha aproximação, enquanto aluna, com a rotina da Atenção Básica (AB) em especial com as intervenções de enfermagem junto às políticas de saúde para os idosos, como as consultas do Hiperdia e as campanhas de vacinação, propiciaram-me não apenas o conhecimento teórico e prático, mas também reflexões existenciais que me ajudaram a humanizar a assistência prestada por mim e pelos profissionais com os quais trabalhei. Incluo, além disso, a necessidade de agregar às ações na AB uma visão crítica que considere os interventores sócio-culturais de cada faixa etária e um maior envolvimento multidisciplinar, entre equipe e comunidade, no atendimento ao idoso.