A população idosa constitui a massa usuária da polifarmácia devido à vulnerabilidade do processo de envelhecimento e o estabelecimento de co-morbidades na terceira idade. O termo polimedicação designa a utilização concomitante e crônica de múltiplos medicamentos. O objetivo deste trabalho consiste em compreender o fenômeno da polimedicação em idosos. A revisão sistemática foi a estratégia utilizada para este estudo, pretendendo responder a seguinte a pergunta: o que se tem produzido na literatura cientifica sobre a polimedicação em idosos? Para tanto, foram adotadas como fonte de informação as bases eletrônicas de dados de LILACS, SCIELO e MEDLINE no período entre 2008 a 2012 com os seguintes descritores: Polimedicação, Uso de Medicamentos, Idosos. A coleta de dados foi realizada nos meses de abril e maio de 2013. Foram encontradas um total de 31 publicações que atenderam critérios de inclusão pré estabelecidos: texto completo disponível online, linguagem portuguesa, publicação entre 2008 a 2012, incluir participantes idosos. Foram excluídos 12 artigos repetidos nas bases de dados pesquisadas, havendo o refinamento da amostra para 19 artigos. A análise dos artigos consistiu na leitura sistemática dos textos e verificação da relação entre os resultados das publicações de modo a identificar o fenômeno da polifarmácia em idosos. Não há consenso na literatura a respeito da definição exata da polimedicação no que concerne ao quantitativo de fármacos que indica o fenômeno, alguns autores a definem como sendo o uso de um ou mais medicamentos, outros relatam que é o uso concomitante de mais de cinco fármacos com indicação clínica ou não. A idade média dos idosos nos estudos variou entre 69,9-79 anos. Quanto à prevalência, os estudos mostraram que 80,4 a 83% dos idosos faziam uso de polifarmácia, consumindo em média 2 a 5 medicamentos diários. Para o estabelecimento das causas que determinam este multiuso destacam-se as co-morbidades típicas do envelhecimento sendo as doenças cardiovasculares as mais apontadas, seguidas pelas patologias que acometem o sistema nervoso central e trato alimentar/metabolismo, outras patologias do sistema endócrino e musculoesquelético foram mencionadas em menor escala. Os medicamentos mais utilizados foram diuréticos, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes orais e antidepressivos, menos citados nos trabalhos foram os AINES e antiagregantes plaquetários, vale ressaltar que alguns autores incluíram polivitamínicos e fitoterápicos em suas pesquisas, outros não. Variáveis como fatores sociodemográficos são considerados relevantes para se estudar as causas que podem influenciar a politerapia. A renda mensal baixa, reduzido nível de escolaridade, sexo feminino, procura por serviços de saúde, pior percepção de saúde são fatores que contribuem para o excessivo uso de fármacos, e, apenas um estudo discutiu a associação de nível alto de instrução e a polifarmácia. Interações e associações medicamentosas, redundância, gastos desnecessários são as consequências mais comuns trazidas pela polifarmácia, pouco relatado porém, relevante, foi a iatrogenia e intoxicações podendo trazer mazelas 2/5 a 3 vezes mais frequentes nos idosos. Conhecer os fatores de uso de multimedicamentos, bem como as consequências para a saúde na população idosa é fundamental para desenvolver ações que promovam o uso racional e proporcionem qualidade de vida desta.