O presente relato de experiência busca contribuir com o debate sobre a necessidade da construção, operacionalização e disseminação de políticas públicas informacionais para o grupo etário dos 65 anos e mais. Trata-se da apresentação de um conjunto de ações extensionistas desenvolvido através do Programa de Apoio a Projetos de Extensão – PROAPEX/UEPB, numa Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), a Vila Vicentina Júlia Freire (VVJF), e de uma reflexão sobre o interesse do idoso institucionalizado pela informação. A VVJF é uma obra unida da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), filantrópica, caritativa e sem fins lucrativos, situada em João Pessoa, Paraíba, Brasil. Fundada em 1944, vem produzindo documentos, nas mais diversas tipologias (atas, contratos, convênios, declarações, fotografias, memorandos e relatórios) e suportes documentais (textual, fotográfico, iconográfico e filmográfico). Estas produções são fonte de informação sobre a pessoa idosa moradora da VVJF e possuem incalculável valor tanto para elas e seus familiares, como para o patrimônio material, cultural e histórico da própria instituição, da SSVP e do bairro da Torre, onde se localiza. Todavia, na realização de uma atividade de ensino relacionada à pesquisa, por ocasião da visita técnica e do diagnóstico, identificou-se que este acervo encontrava-se disperso e mutilado, sem tratamento arquivístico satisfatório, além de mal armazenado, o que compromete sua conservação e preservação. Também se apresentava sem identificação e, em sua maioria, sem relação orgânica entre si, ferindo princípios arquivístivos e dificultando o acesso à informação. Com o objetivo geral de reconstituir e preservar a memória institucional da VVJF e a memória individual e coletiva dos seus moradores, duas ações estão sendo desenvolvidas: O projeto de extensão “Memória da Vila: preservação do acervo fotográfico de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos”, e a prestação de serviço direcionado para a higienização e organização do seu acervo arquivístico textual. No processo de identificação e contextualização das fotografias, o qual foi enriquecido com depoimentos dos idosos, constatou-se que: (a) as imagens expressam valor de comprovação de participação ativa do idoso e aproximação intergeracional, (b) há interesse do idoso e de seus familiares pelas fotografias do acervo e (c) para os idosos, existe um significado da imagem como informação sobre sua história pessoal, além do interesse em ser fotografado, para poder se ver e ser visto, seja em ambientes físicos – porta-retratos e álbuns fotográficos, seja em ambiente virtual – a rede social facebook. Assim, acredita-se que seja necessária implementação de políticas públicas voltadas para a pessoa idosa, objetivando democratizar o direito da sociedade à informação, o uso social da memória coletiva e a eficiência do aparelho de Estado. A universidade, por sua vez, é um espaço para discussão e disseminação de tais políticas e os profissionais do campo da Arquivologia têm muito a contribuir.