Este trabalho é uma pesquisa documental que trata da análise de uma unidade do livro didático Português: Linguagens da 1ª série do Ensino Médio, de autoria de William Cereja e Thereza Magalhães, aprovado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) edição 2015, ocupando o primeiro lugar entre as coleções mais distribuídas pelo componente curricular Português. Objetivamos analisar a visão teórica adotada pelos autores do livro quanto ao ensino de literatura e às perspectivas práticas da leitura literária, observando se o exemplar está de acordo com as orientações dos documentos oficiais, tais como Guia de livros didáticos – PNLD 2015, PCNEM e publicações posteriores. Para isso, baseamo-nos na reflexão histórico-crítica sobre o papel do ensino literário na sociedade, a relação entre livro didático e literatura, e de que forma essa relação influencia a prática escolar. Iniciamos o referencial teórico pela apresentação de um breve histórico acerca do livro didático, seguindo das orientações oficiais referentes ao ensino de literatura no Ensino Médio, depois abordamos a compreensão leitora e a leitura literária na formação do leitor e, antes da análise, apontamos o qual é lugar da literatura no ensino de língua portuguesa. Para a análise do livro didático referido, levamos em consideração o manual do professor e os exercícios de compreensão leitora de textos literários da unidade 1, referente ao período literário do Barroco português e brasileiro, com base na tipologia das perguntas de compreensão no livro didático. Foram analisadas 41 questões, consideradas individualmente as subquestões de uma mesma pergunta, pois, em sua maioria, pertenciam a tipologias distintas. Buscamos, também, identificar quais as noções de língua e literatura presentes na análise do manual do professor e dos exercícios, tendo em vista, que elas norteiam a formulação das questões referentes à leitura do texto literário. Após a análise, verificamos que as atividades do livro não contribuem para a formação do aluno-leitor crítico e que, mesmo com as tentativas de mudança, muito ainda deve ser feito para transformar a realidade do ensino de literatura.