O discurso idealista que reina em nosso país é o de que somos uma nação sem preconceito de cor, vivemos uma “democracia racial”, onde todos têm os mesmos direitos amparados pela constituição. Esse falar fica no mundo das ideias quanto a sua aplicabilidade em relação aos brasileiros afrodescendentes porque prevalece o discurso estigmatizado, internalizado há muito tempo por nossa sociedade, de que a raça negra é inferior à raça branca e, portanto, deve ser subjugada, explorada e descartada. Profissionais da área da educação presenciam cotidianamente práticas racistas, mas muitos desses profissionais não sabem como desenvolver ações preventivas e educativas contra a discriminação e racismo no ambiente escolar e que resultem em relações multirraciais fraternas, solidárias, respeitosas e humanas. Tal realidade é constatada com a criação da Lei nº 10.639/2003 que alterou a Lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, em escolas públicas e particulares, bem como a inclusão no calendário escolar do “Dia Nacional da Consciência Negra” comemorado no dia 20 de novembro. Partindo da necessidade de discutirmos permanentemente ações de combate ao racismo e cientes do papel transformador e libertador da educação, nessa comunicação propomos apresentar os resultados de uma pesquisa com professores da educação básica sobre suas experiências com questões relacionadas à diversidade étnico-racial e práticas racistas no ambiente escolar e levá-los a refletir se suas práticas contribuem de maneira significativa e positiva na construção de relações igualitárias. Para esse empreendimento, nosso respaldo teórico advém das produções de Cavalleiro (2005), Foucault (2012), Gomes (2005), Munanga (2005), Ramos-Lopes (2010), dentre outros.