Muitos alunos apresentam grande dificuldade em compreender conceitos científicos, principalmente conceitos químicos. Sendo assim, reconhece-se que é preciso transformar o ensino de química nas escolas no sentido de superar tais limitações. Algumas propostas de ensino vêm sendo elaboradas visando promover uma aprendizagem significativa do conhecimento químico para os alunos e uma delas é a inserção da experimentação no ensino de química, uma vez que "a realização de atividades experimentais representa uma excelente ferramenta para que o aluno faça a experimentação do conteúdo e possa estabelecer a dinâmica e indissociável relação entre teoria e prática" (REGINALDO; SHEID, GULLICH, 2012, p.2).
Partindo desse pressuposto este estudo tem como objetivo analisar se o desenvolvimento de experimentos envolvendo o conteúdo de Propriedades Coligativas, mais especificamente, Crioscopia e Osmometria, contribui para a aprendizagem dos alunos. Neste estudo, os experimentos foram desenvolvidos com 15 alunos da 2° série do ensino médio de uma escola pública estadual no âmbito das atividades do Programa Institucional de bolsas de Iniciação a Docência (Pibid) da UFRPE. Foi utilizada uma sequência de três aulas geminadas (100 min cada) . AULA1: Introdução do conteúdo de propriedades coligativas através de uma aula expositiva/dialogada. AULA2: Realização de experimentos para demonstração de duas propriedades coligativas (Osmometria e Crioscopia). AULA3: Realização de um questionário.
Através da análise do questionário aplicado com os alunos na terceira aula, pudemos avaliar a contribuição das atividades experimentais na compreensão do conteúdo Propriedades Coligativas, mais especificamente, Crioscopia e Osmometria. Na primeira questão, 85% dos alunos explicaram o que aconteceu no experimento da batata chorona utilizando o conceito de Osmometria, ou seja, explicaram que a água contida na batata passa para o local onde a concentração do soluto não volátil está alta, enquanto que os outros 15% dos alunos deram respostas corretas, porém incompletas, visto que consideraram apenas o que observaram no experimento sem se atentar aos conceitos científicos envolvidos no processo.Na segunda questão, a qual abordou o conteúdo Crioscopia, mais de 90% dos alunos conseguiram explicar o fenômeno observado considerando os conceitos científicos e relacionando os níveis macroscópicos e microscópicos, enquanto que os outros 10% utilizaram apenas o nível macroscópico em suas explicações. E em relação à terceira questão 100% dos alunos responderam corretamente.
Sendo assim os resultados das análises empreendidas neste estudo demonstraram que o uso da experimentação se constituiu como uma estratégica didática que pode contribuir para o ensino-aprendizagem de Química e favorecer a compreensão dos alunos sobre os fenômenos envolvidos nos experimentos. Muitas vezes, quando estes fenômenos são explicados em uma aula exclusivamente teórica, a compreensão sobre os mesmos pode ficar comprometida. Adicionalmente, as aulas práticas proporcionaram grande motivação nos alunos, fato este constatado pelo aumento da participação dos mesmos quando os experimentos foram realizados. Portanto, embora a experimentação no ensino de química ainda seja um desafio a ser vencido, podemos dizer que a utilização de laboratórios ou realização de experimentos muito complexos não são limitações para a inserção da experimentação no contexto escolar quando buscamos, enquanto professores de química, contribuir para a aprendizagem dos alunos.