A abordagem de questões étnico-raciais nas disciplinas de educação básica, incluindo a Química é de caráter obrigatório e deve fazer parte do currículo de todas as disciplinas de educação básica brasileira. Essa proposta baseia-se na Teoria Pós-crítica do Currículo, que de acordo Tomas Tadeu da Silva (2007) se preocupa com a diferença, com as relações saber-poder no âmbito escolar, o multiculturalismo, as diferentes culturas raciais e étnicas. Porém, vale ressaltar que abordar essas questões no ensino de química exige propostas interdisciplinares e que necessitam de tempo para serem executadas, sendo um pouco dificultada devido a pequena quantidade de aulas semanais. Portanto, em vista deste cenário, no ensino de química uma das possibilidades de se trabalhar a temática étnico-racial seria pelo estudo da doença falciforme que é a doença genética mais predominante no Brasil, sendo sua ocorrência na população afrodescendente. Neste contexto, o trabalho tem o objetivo proporcionar a reflexão sobre as questões étnico-raciais na doença falciforme, considerando os aspectos bioquímicos da doença. Para isso, foi desenvolvida uma proposta curricular baseada no Estudo Caso (SÁ, et al. 2007) tendo como ferramentas vídeos e apresentação em slides. Com a realização da proposta observou-se que os alunos consideram a conscientização e a socialização como fatores determinantes para que as situações preconceituosas sejam amenizadas na escola e que os conceitos abordados foram administrados de forma interdisciplinar, o que permitiu maior interação e flexibilidade nas discussões. As situações preconceituosas foram discutidas e exemplificadas cuidadosamente durante toda a proposta.
Ensino de Química, Currículo e Doença Falciforme. Ensino de Química, Currículo e Doença Falciforme.