A ocorrência de anos sucessivos de estiagens na microrregião do Cariri da Paraíba vem agravando os sistemas produtivos do agricultor familiar. Esse agravamento pode ser mitigado, com a captação de água da chuva em calçadões, por permitir aumentar a disponibilidade de água para fins de consumos humano e animal, especialmente, para pequena produção familiar. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo principal estimar o potencial de captação de água da chuva e averiguar a alternativa das cisternas calçadão, como tecnologia social e de convivência da população rurícola de Barra de Santana, PB. O trabalho foi realizado na zona rural de Barra de Santana e os dados mensais e anuais de precipitação pluvial foram cedidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas, Campina Grande, PB. Mediante critério da estatística climatológica foi estabelecido o regime pluvial anual e adotado seis cenários com totais de chuvas, equivalentes aos valores mediano, aos dos anos mais seco e o mais chuvoso e aos níveis de 25, 50 e 75 % de probabilidade. Os principais resultados encontrados mostraram que o regime de distribuição de chuva é irregular e assimétrico e, por isso, recomenda-se o uso da mediana, em vez da média. Mesmo assim, há um elevado potencial para captação de água da chuva, o que permite aumentar a oferta hídrica, com a mesma quantidade de chuvas. Os modelos de cisternas calçadão padrão (com área de captação de 200 m2 e volume de 52 mil litros) são sub dimensionados para as condições de regime pluvial de Barra de Santana. Como não existe nenhuma exigência de fixar área de captação do calçadão e/ou do volume da cisterna, os dimensionamentos dependem do volume de água necessário, para atender o consumo e a produção familiar.