A variabilidade interanual da precipitação determina estações seca e chuvosa influenciando a agricultura em diferentes regiões do País. O milho é plantado, na maioria das áreas, no período chuvoso e é uma cultura típica de agricultura de sequeiro, na qual se assenta a agricultura familiar. Este trabalho apresenta um estudo das relações entre clima e a produção agrícola no município de Campos Sales, Ceará, utilizando séries temporais no período de 1981 a 2010 para as variáveis climatológicas de precipitação e insolação e, objetiva estudar a influência destas duas variáveis na cultura do milho (1990 a 2011), haja vista que é uma planta de metabolismo C4, apresentando alta eficiência na utilização de luz e CO2 e pode ter sua produtividade afetada com a deficiência de luz em períodos críticos, como o de enchimento de grãos. Foram calculadas através do teste de Mann-Kendall (MK) as tendências da precipitação e da insolação e posteriormente aplicou-se a técnica de Análise em Componentes Principais (ACP) a fim de identificar as correlações entre essas duas variáveis com a produtividade agrícola do milho. Verificou-se que a insolação teve influência direta na produtividade da cultura estudada. Houve tendências de aumento dos totais pluviométricos para o período chuvoso e diminuição para o período seco. As tendências para a insolação comportaram-se de forma contrária. Verificou-se também que as correlações foram positivas na primeira componente (46,543%) para a precipitação e produtividade do milho. Já a segunda componente (30,191) mostrou correlações positivas para as três variáveis, o que significa que a variável meteorológica (insolação) influencia negativamente em aspectos agrícolas de produtividade.