SANTIAGO, Cristiane Maria Cordeiro. . Anais II WIASB... Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/17328>. Acesso em: 07/11/2024 19:33
O Piauí possui cerca de 150.454 km2 de extensão inserida no domínio semiárido e aproximadamente 10,95% do seu território com diferentes níveis de degradação. Nisso, 67% dos municípios são considerados suscetíveis aos processos de desertificação. A bacia hidrográfica do rio São Nicolau está localizada no Norte do Piauí próxima ao limite com o Ceará. O rio principal cruza o território no sentido E-W até desaguar no rio Sambito afluente do Poti perfazendo uma área de 5.389,8 km2. Com isso, pretendeu-se caracterizar a bacia quanto a suscetibilidade à desertificação por meio do Índice de Aridez (UNEP, 1991) e das principais atividades desenvolvidas. Para isso, Foi realizado levantamento bibliográfico e selecionados 11 postos pluviométricos, coletando-se os dados de precipitação das séries históricas anuais no intervalo entre 1963 a 1990 compreendendo um período de 27 anos. Os dados de precipitação dos postos foram registrados no banco de dados do comando CRIACHUV do programa USUAIS desenvolvido por Oliveira & Sales (comunicação pessoal). Para a obtenção dos dados para o Balanço Hídrico da bacia, utilizou-se o método de Thornthwaite & Mather (1955) através do comando BHVMED/USUAIS. A partir daí determinou-se o Índice de Aridez da área dos postos. Dentre as atividades desenvolvidas na região destaca-se a piscicultura, atividade agrícola, ovinocaprinocultura e o turismo religioso. Com o resultado do balanço hídrico e do índice de Aridez da bacia, esta foi classificada indicando regiões passíveis de desertificação, apresentando valores menores que 0,65 e precipitação variando entre 600 a 870 mm nos postos localizados na região do alto e médio curso. Contudo, no baixo curso, em três postos, os índices apresentaram valores maiores que 0,65 e precipitação entre 900 e 1290, ou seja, um clima do tipo úmido e subúmido o que denota especificidades dentro da área, não havendo, uma uniformidade quanto à suscetibilidade à desertificação nessa região. No entanto, a possibilidade desse processo não pode ser desconsiderada no baixo curso, pois é relevante não só ponderar os critérios climáticos, mas também as formas de uso e ocupação, que ao serem realizadas sem o devido controle podem ser a maior causa de áreas degradadas.