Nesta investigação, procuramos discutir as possíveis vantagens de um ensino de física contextualizado pela interface sócio-histórico-cultural. Para isso, desenvolvemos a proposta de Santos (2011), que aborda a temática de medidas e grandezas físicas por meio do episódio da Revolta de Quebra Quilos. A intervenção didática teve uma duração total de 03 horas-aula e ocorreu numa turma de segundo ano do ensino médio de uma escola estadual da Paraíba. O foco no trabalho em sala de aula revelou a necessidade de alguns ajustes no produto educacional implementado, tais como: modificação do número de aulas sugeridas; aperfeiçoamento da didática prevista para as aulas; e o enriquecimento do processo de avaliação. A revolta quebra quilos consistiu num manifesto popular contra leis promulgadas no segundo governo imperial brasileiro, que aumentavam a carga tributária a ser paga pelos feirantes e os obrigavam a trabalhar com um novo padrão de medidas para a época – o sistema métrico decimal francês. As atividades desenvolvidas em sala de aula seguiram a lógica dos momentos pedagógicos defendidos por Delizoicov (2005) - problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento. Acreditamos que a multidisciplinaridade desse estudo compreende principalmente aspectos de História, Filosofia e Geografia. Compreendemos também que por se tratar de um episódio ocorrido na região Nordeste, a contextualização do ensino assume contornos singulares, pois explora a cultura próxima dos estudantes envolvidos na intervenção com o intuito de realizar um estudo de conteúdos da Física. O desenvolvimento da presente investigação denota a viabilidade da contextualização sócio-histórico-cultural, no ensino de Física.
Palavra-chave: Ensino de Física, Interface sócio-histórico-cultural, Revolta Quebra Quilos.