O trabalho docente é uma atividade complexa, consciente e sistemática, em cujo centro está a aprendizagem dos alunos sob direção do professor. O processo de ensino-aprendizagem, por sua natureza processual, envolve etapas indispensáveis e interligadas, isto é, envolve planejamento, execução e avaliação, no entanto, nem sempre essas etapas ganham relevo. Quando pensa-se em aula, costumeiramente, refere-se apenas ao agir do professor em sala. Planejar e avaliar são tidas como ações de menor importância. Nesse contexto, objetivamos, através de pesquisa qualitativa de viés exploratório e documental, discutir o planejamento e a avaliação no ensino de língua portuguesa, enfatizando a importância de realiza-los a fim de revelar a complexidade que envolve a aula enquanto prática educativa interacional e sistemática. Tomamos, assim, como aporte teórico para as discussões, os estudos sobre planejamento, avaliação, abordagens de ensino-aprendizagem e ensino-aprendizagem de língua portuguesa, dentre os quais podemos destacar Mizukami (1996), Farias (2009), Haydt (2000), Travaglia (2000), Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004), Antunes (2006), Luckesi (2011) e Libâneo (2013). Como resultados, podemos apontar para a necessidade de se repensar as práticas de planejamento e avaliação como atividades meramente burocráticas, do mesmo modo como a execução impensada, insegura, feita ali no momento. Repensar em prol de planejamento e avaliação como atividades intencionais, ideológicas, reflexivas e articuladas, que, quando bem realizadas, permitem um ensino de língua portuguesa crítico e construtivo, significativo, contextualizado, no qual professor e alunos constroem conhecimento através da interação, com o objetivo de desenvolver/aprimorar habilidades e competências linguísticas para o uso crítico na sociedade. Logo, é preciso construir práticas efetivas de planejamento e avaliação que possam dividir lugar com a execução.