Durante a década de 90, do século XX, foram formuladas e promulgadas diversas políticas públicas e ações afirmativas (Declaração de Salamanca, 1994; Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 1996; a Convenção da Guatemala, 1999 e outras) que viabilizaram o acesso de alunos com necessidades educacionais específicas (NEE) nas salas de aulas regulares. No entanto, pouco se tem feito para assegurar um ensino de qualidade a esse público. Nesse sentido, este estudo buscou identificar os saberes docentes que emergem de uma experiência piloto de inclusão de alunos com deficiência visual em turmas regulares do curso de extensão de línguas estrangeiras, oferecidas pelo Programa Departamental de Extensão em Línguas Estrangeiras do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal da Paraíba (PRODELE/DLEM/UFPB) no ano de 2013. Para atingirmos o objetivo proposto nesta pesquisa, utilizamos fundamentação teórica referente à inclusão escolar e seus dilemas, assim como literatura no campo da formação profissional de professores. Nosso corpus consiste em 03 (três) reuniões do coletivo do projeto de Iniciação Científica e 02 (duas) entrevistas realizadas com 02 (duas) ex-alunas com deficiência visual participantes dos cursos de extensão em línguas estrangeiras. A análise dos dados possibilitou à categorização de 04 (quatro) saberes docentes que, uma vez construídos na formação inicial, podem viabilizar aos professores de línguas estrangeiras, atuantes em um contexto de inclusão de alunos com DV, um atendimento mais adequado a esse grupo.