MEDEIROS, Tarsila Gianna Silva et al.. A prática da pesquisa em saúde mental com idosos. Anais III CONAEF... Campina Grande: Realize Editora, 2012. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/1546>. Acesso em: 28/12/2024 04:19
Maria do Carmo Eulálio*Tarsila Gianna Silva Medeiros*RENATA ALESANDRA DE OLIVEIRA NEVES*Daniella Oliveira Pinheiro*Kalina de Lima Santos**Universidade Estadual da Paraíba – UEPB/ Campina Grande/ ParaíbaResumo: A velhice é uma etapa da vida onde ocorrem muitas transformações, principalmente no que diz respeito às perdas, seja das funções cognitivas, dos papéis sociais, ou mesmo das capacidades funcionais. A expectativa para 2050, segundo dados do IBGE (2008) mostra que para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172,7 idosos. Em decorrência da nossa experiência em campo pudemos perceber que uma quantidade significativa dos entrevistados relaciona a velhice com aspectos negativos, mas há aqueles que vivem essa fase com plenitude, dentro de suas possibilidades. Dessa forma, a maneira como o ser humano envelhece depende, sobretudo, do estilo de vida que adotou durante toda a vida. Enquanto aprendizes e ‘pesquisadores observadores’ que têm como público alvo esse grupo etário, é notável a sensibilidade que nos é aflorada no decorrer da pesquisa, na medida em que temos a oportunidade de realizar visitas domiciliares, conseguimos perceber de perto as demandas trazidas, mesmo que indiretamente, por eles, ainda que algumas vezes essa percepção “extra” não seja parte do objetivo da pesquisa. Em nosso contato com os participantes, compartilhamos e sentimos a realidade que vivenciam, entregamo-nos às conversas e o nosso trabalho de pesquisa e coleta de dados transforma-se num espaço livre, onde são rompidas as fronteiras existentes entre pesquisador e pesquisado. O contato com o envelhecimento torna-se uma experiência gratificante, cuja vivência com idosos passa a auxiliar na construção de uma imagem positiva do envelhecer, desmistificando assim, em certa medida o senso comum, que traz uma ideia prevalente que a velhice é sinal de fragilidade, decadência ou dependência, ressaltando os estereótipos encontrados na sociedade tais como o de dependência, abandono, tristeza e desvalor. No decorrer da pesquisa, passamos a perceber melhor alguns aspectos como "envelhecimento com qualidade" e "as novas possibilidades de envelhecer" discutidas atualmente e presentes nas falas, atitudes, atividades e estilo de vida dos idosos. Além disso, poder notar histórias tão particulares e ricas de informações que fornecem subsídios importantes para a pesquisa, além de escutar atentamente as experiências vividas e apresentadas por eles, são vivências que ocasionam em nós uma rica aprendizagem pessoal. Desta forma, se faz necessário apresentar a pesquisa em envelhecimento no viés da psicologia, pois permite que se perceba a psicologia em novos lugares do cotidiano e da vida, alargando os limites da psicologia atual.