O presente trabalho objetiva analisar como os livros adotados pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) sobre cultura e literatura negra tem (se) atendido às normas da Lei 10639/03 e até que ponto influencia na formação da identidade e (des) construção de padrões de beleza preestabelecidos na sociedade e, replicado nas escolas. Através da leitura do livro de literatura infantojuvenil, A Tatuagem – Reconto do Povo Luo (ANDRADE & NEGRO, 2012), que conta a história de Duany, uma jovem, indolente, que na busca pela tatuagem perfeita, encontra uma misteriosa criatura e muda toda sua vida. Procuraremos evidenciar de que maneira este conto pode influenciar na (des) construção dos padrões de beleza vigentes; de que forma os alunos do 6º ano podem perceber e relacionar a imagem de Duany uma heroína que foge ao padrão habitual (injustiçada, boazinha) à imagem deles, independente de sua etnia. Aplicamos um questionário e seus resultados mostraram que 67% das crianças não se identificavam fisicamente com personagens infantis que viam na TV; sobre o livro A Tatuagem e suas personagens, 53% se identificaram com a beleza e atitudes da heroína; 27% com sua aparência física e 3% não se identificava em nada. Segundo esse estudo, a não identificação destas crianças com as personagens que assistem na TV, não justifica a ausência total de heróis negros e índios no cotidiano delas, o que evidencia o papel da mídia sobre a construção desse ideal de beleza inatingível pela maior parte da população.