O aumento da população idosa, a alta prevalência de doenças cardíacas nesse grupo, os declínios funcionais e fisiológicos decorrentes do envelhecimento e a relação destes com aspectos relacionados a prática da caminhada como forma de reabilitação não-supervisionada faz com que se torne importante conhecer o perfil dos idosos que a praticam e o nível de conhecimento deles sobre o método, portanto, sendo estes os objetivos do nosso estudo. Apesar dos resultados positivos comprovados, ainda é escassa na literatura publicações que respaldem melhor a temática, o que torna justificável e relevante a presente pesquisa.
A pesquisa se trata de um estudo de campo com método indutivo, de caráter descritivo, prospectivo, longitudinal e abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada na cidade de João Pessoa, Paraíba, e contou com o número de 71 indivíduos com idade igual ou superior a 50 anos. Foram excluídos do estudo aqueles que tinham idade inferior a 50 anos e que iniciaram a caminhada a menos de 1 mês. Para o processamento, armazenamento e análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 20.0. Para normalidade das variáveis foi feito o teste de Kolmogorov-smirnov; e em todo processo de análise foi considerado um intervalo de confiança de 95% de confiabilidade.
A tabela 1 mostra o perfil dos indivíduos da amostra estudada. Foi um total de 71 pessoas, sendo 43 mulheres e 28 homens, correspondendo a 60,6% e 39,1%, respectivamente. A maioria se mostrou não fumante e não consumidora de bebidas alcóolicas, perfazendo 94,4% (n=67) e 77,5% (n=55), consecutivamente, do total. Dos 71 abordados, 77,9% (n=55) praticavam a caminhada a mais de 1 ano e, em relação a frequência semanal da caminhada, houve um equilíbrio entre aqueles que a realizavam de 1 a 3 vezes por semana e aqueles que entre 4 a 7 vezes semanais. Desse total, 88,7% (n=63) desenvolviam o exercício durante cerca de 1 hora diária. Nesse estudo, a partir da análise dos dados da apresentação de problemas cardiovasculares, podemos perceber que esses indivíduos praticam a caminhada não supervisionada como forma de prevenção, visto que 74,6% (n=53) da amostra não apresentam cardiopatias nem vasculopatias. Da amostragem final, 94,4% (n=67) destes relataram que nunca se sentiram mal durante a caminhada e 5,6% (n=4) afirmaram que já passaram por alguma intercorrência. Uma parcela de 50,7% (n=36) respondeu que não saberiam identificar os sinais e sintomas que estão mencionados anteriormente. Embora que seja a metade, ainda é alto o contingente de pessoas que tem pouco ou nenhum conhecimento acerca desse tipo de reabilitação não supervisionada, o que acaba por ferir um dos pré-requisitos para a indicação da caminhada. Concluímos, com base nos resultados apresentados, que o uma parte considerável da população não conhece alguns princípios básicos e essenciais do condicionamento físico, fazendo-se necessário levar até esses praticantes de exercícios uma noção essencial para o desenvolvimento de tais, para que, assim, a sua realização seja de forma segura e sem consequências negativas à saúde.