Artigo CONEDU - Movimentos sociais, sujeitos e processos educativos (Vol.3)

E-books

ISBN: 978-65-5222-010-3

ESPERANÇAR: A UTOPIA DE UMA AUTONOMIA NECESSÁRIA

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          Quantos somos? Para al&eacute;m de n&uacute;meros, nos constitu&iacute;mos como um somat&oacute;rio de viv&ecirc;ncias e experi&ecirc;ncias que comp&otilde;em os diferentes espa&ccedil;os sociais e, especificamente, educacionais. Ao pensar o Brasil, como um pa&iacute;s de contrastes, que apresenta in&uacute;meras singularidades pertinentes &agrave; sua cultura e, mais propriamente, &agrave;s suas escolas, aos seus alunos e professores compreendemos o quanto somamos. Ainda que essas reflex&otilde;es sejam apresentadas em um sem-n&uacute;mero de debates, referenciais, pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, pesquisas e publica&ccedil;&otilde;es s&atilde;o crescentes e recorrentes os casos, de todas as formas de viol&ecirc;ncia, discrimina&ccedil;&atilde;o, preconceito, exclus&atilde;o, adoecimento e tantas outras condi&ccedil;&otilde;es invisibilizam os sujeitos diante dos seus direitos. Neste contexto, tamb&eacute;m nos inserimos para pensar a forma&ccedil;&atilde;o de professores a partir da cultura brasileira forjada em seu processo hist&oacute;rico de sociedade. O ser professor se inclui como sujeito social e profissional com potencial de mudan&ccedil;a de muitas hist&oacute;rias de vida.<br />\r\n
          O CONEDU 2024, em sua d&eacute;cima edi&ccedil;&atilde;o, nos provoca a pensar a educa&ccedil;&atilde;o com o seu papel transformador e potencializadora de uma sociedade mais inclusiva, humanit&aacute;ria e pensada na diferen&ccedil;a pela diferen&ccedil;a. A diversidade nos completa.
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                  O Movimento Por uma Educa&ccedil;&atilde;o do Campo no Brasil emergiu nos finais da d&eacute;cada de 1990, com maior participa&ccedil;&atilde;o direta e visibilidade dos movimentos sociais na primeira d&eacute;cada do s&eacute;culo XXI, quando o debate sobre o direito &agrave; educa&ccedil;&atilde;o do campo passou a fazer parte das pautas de discuss&atilde;o em diversos espa&ccedil;os, suscitando o debate nas universidades p&uacute;blicas, nas institui&ccedil;&otilde;es governamentais e n&atilde;o governamentais, nos organismos internacionais, nos diversos setores sociais e nas esferas de tomada de decis&atilde;o pol&iacute;tica local e nacional. Neste per&iacute;odo, os movimentos sociais protagonizaram a constru&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica de educa&ccedil;&atilde;o do campo, ao colocar na agenda pol&iacute;tica a luta pela reforma agr&aacute;ria, direitos humanos, dignidade, educa&ccedil;&atilde;o e cidadania.<br />\r\n
                  No setor p&uacute;blico, a ades&atilde;o de professores, gestores e investigadores contribuiu para a aproxima&ccedil;&atilde;o entre as universidades brasileiras, os movimentos sociais e as institui&ccedil;&otilde;es municipais, estaduais e federais, a exemplo do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o e Cultura (MEC), Minist&eacute;rio do Desenvolvimento e Reforma Agr&aacute;ria (MDA); Secretarias de Educa&ccedil;&atilde;o dos Estados e Munic&iacute;pios; Instituto de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria (INCRA); Programa Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o na Reforma Agr&aacute;ria (PRONERA) e o Movimento Sem Terra (MST) na formula&ccedil;&atilde;o de projetos e programas de forma&ccedil;&atilde;o de professores para atuar em &aacute;reas de reforma agr&aacute;ria. As a&ccedil;&otilde;es interinstitucionais no &acirc;mbito das pol&iacute;ticas educativas no Brasill possibiliaram a elabora&ccedil;&atilde;o de projetos e propostas de educa&ccedil;&atilde;o e forma&ccedil;&atilde;o de educadores do campo, ao mesmo tempo em que promoveu o di&aacute;logo intercultural, as tens&otilde;es e contradi&ccedil;&otilde;es &nbsp;nos &nbsp;processos de forma&ccedil;&atilde;o.<br />\r\n
                  Diversos sujeitos e atores contribu&iacute;ram para a constru&ccedil;&atilde;o do Movimentos por uma educa&ccedil;&atilde;o do campo e por uma Pol&iacute;tica de Educa&ccedil;&atilde;o do Campo. Neste cen&aacute;rio o CONEDU contribui para a articula&ccedil;&atilde;o de uma rede brasileira de sujeitos, isntitui&ccedil;&otilde;es e pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, divulgar a &nbsp;produ&ccedil;&atilde;o cientifica e refletir acerca da participa&ccedil;&atilde;o dos sujeitos sociais nos processos de constru&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;tica de Educa&ccedil;&atilde;o do Campo no Territ&oacute;rio brasileiro, sob diversos olhares, perspectivas e reflex&otilde;es te&oacute;ricas. Esperamos que as pequisas aqui apresentadas contribuam para uma vis&atilde;o do cen&aacute;rio, contextos, sujeitos e processso na constru&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;tica de Educa&ccedil;&atilde;o do Campo no Brasil.&nbsp;<br />\r\n
                  Esperamos que este ebook possa contribuir contribuir para compreender os contextos, os sujeitos e os processos de forma&ccedil;&atilde;o e compreender como os educadores constroem suas identidades, profissionalidade, saberes docentes e como ocorre a rela&ccedil;&atilde;o com os saberes na forma&ccedil;&atilde;o inicial e continuada, com base no pressuposto de que o fazer e o saber pedag&oacute;gico &eacute; mediado pelo di&aacute;logo entre as diferen&ccedil;as, e devem levar em conta os contextos, a cultura e vis&atilde;o de mundo que envolve professores, alunos, institui&ccedil;&otilde;es formadoras e a comunidade local numa rela&ccedil;&atilde;o existencial, pol&iacute;tica, pedag&oacute;gica e ideol&oacute;gica atrav&eacute;s da pr&aacute;xis pedag&oacute;gica<br />\r\n
                  Desejamos a todos uma boa leitura.&nbsp;&nbsp;
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                  PAULA ALMEIDA DE CASTRO<br />\r\n
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                  SILVANA CHAGAS HOLANDA<br />\r\n
                  UBIRANY LOPES FERREIRA<br />\r\n
                  JOSANIEL VIEIRA DA SILVA<br />\r\n
                  LEONARDO CARBONIERI CAMPOY<br />\r\n
                  MARIA APARECIDA DANTAS BEZERRA<br />\r\n
                  WALD&Ecirc;NIA LE&Atilde;O DE CARVALHO<br />\r\n
                  THAIS FERNANDES DE AMORIM<br />\r\n
                  CARLOS EDUARDO DIAS DA SILVA<br />\r\n
                  MICHELL PLATTINI NASCIMENTO GOMES<br />\r\n
                  ANA MARIA SOTERO PEREIRA<br />\r\n
                  DELIANE MACEDO FARIAS DE SOUSA<br />\r\n
                  MARIA DE F&Aacute;TIMA OLIVEIRA BATISTA<br />\r\n
                  PAULA ALMEIDA DE CASTRO<br />\r\n
                  TANIA SERRA AZUL MACHADO BEZERRA
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                  O Movimento Por uma Educa&ccedil;&atilde;o do Campo no Brasil emergiu nos finais da d&eacute;cada de 1990, com maior participa&ccedil;&atilde;o direta e visibilidade dos movimentos sociais na primeira d&eacute;cada do s&eacute;culo XXI, quando o debate sobre o direito &agrave; educa&ccedil;&atilde;o do campo passou a fazer parte das pautas de discuss&atilde;o em diversos espa&ccedil;os, suscitando o debate nas universidades p&uacute;blicas, nas institui&ccedil;&otilde;es governamentais e n&atilde;o governamentais, nos organismos internacionais, nos diversos setores sociais e nas esferas de tomada de decis&atilde;o pol&iacute;tica local e nacional. Neste per&iacute;odo, os movimentos sociais protagonizaram a constru&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica de educa&ccedil;&atilde;o do campo, ao colocar na agenda pol&iacute;tica a luta pela reforma agr&aacute;ria, direitos humanos, dignidade, educa&ccedil;&atilde;o e cidadania.<br />\r\n
                  No setor p&uacute;blico, a ades&atilde;o de professores, gestores e investigadores contribuiu para a aproxima&ccedil;&atilde;o entre as universidades brasileiras, os movimentos sociais e as institui&ccedil;&otilde;es municipais, estaduais e federais, a exemplo do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o e Cultura (MEC), Minist&eacute;rio do Desenvolvimento e Reforma Agr&aacute;ria (MDA); Secretarias de Educa&ccedil;&atilde;o dos Estados e Munic&iacute;pios; Instituto de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria (INCRA); Programa Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o na Reforma Agr&aacute;ria (PRONERA) e o Movimento Sem Terra (MST) na formula&ccedil;&atilde;o de projetos e programas de forma&ccedil;&atilde;o de professores para atuar em &aacute;reas de reforma agr&aacute;ria. As a&ccedil;&otilde;es interinstitucionais no &acirc;mbito das pol&iacute;ticas educativas no Brasill possibiliaram a elabora&ccedil;&atilde;o de projetos e propostas de educa&ccedil;&atilde;o e forma&ccedil;&atilde;o de educadores do campo, ao mesmo tempo em que promoveu o di&aacute;logo intercultural, as tens&otilde;es e contradi&ccedil;&otilde;es &nbsp;nos &nbsp;processos de forma&ccedil;&atilde;o.<br />\r\n
                  Diversos sujeitos e atores contribu&iacute;ram para a constru&ccedil;&atilde;o do Movimentos por uma educa&ccedil;&atilde;o do campo e por uma Pol&iacute;tica de Educa&ccedil;&atilde;o do Campo. Neste cen&aacute;rio o CONEDU contribui para a articula&ccedil;&atilde;o de uma rede brasileira de sujeitos, isntitui&ccedil;&otilde;es e pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, divulgar a &nbsp;produ&ccedil;&atilde;o cientifica e refletir acerca da participa&ccedil;&atilde;o dos sujeitos sociais nos processos de constru&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;tica de Educa&ccedil;&atilde;o do Campo no Territ&oacute;rio brasileiro, sob diversos olhares, perspectivas e reflex&otilde;es te&oacute;ricas. Esperamos que as pequisas aqui apresentadas contribuam para uma vis&atilde;o do cen&aacute;rio, contextos, sujeitos e processso na constru&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;tica de Educa&ccedil;&atilde;o do Campo no Brasil.&nbsp;<br />\r\n
                  Esperamos que este ebook possa contribuir contribuir para compreender os contextos, os sujeitos e os processos de forma&ccedil;&atilde;o e compreender como os educadores constroem suas identidades, profissionalidade, saberes docentes e como ocorre a rela&ccedil;&atilde;o com os saberes na forma&ccedil;&atilde;o inicial e continuada, com base no pressuposto de que o fazer e o saber pedag&oacute;gico &eacute; mediado pelo di&aacute;logo entre as diferen&ccedil;as, e devem levar em conta os contextos, a cultura e vis&atilde;o de mundo que envolve professores, alunos, institui&ccedil;&otilde;es formadoras e a comunidade local numa rela&ccedil;&atilde;o existencial, pol&iacute;tica, pedag&oacute;gica e ideol&oacute;gica atrav&eacute;s da pr&aacute;xis pedag&oacute;gica<br />\r\n
                  Desejamos a todos uma boa leitura.&nbsp;&nbsp;
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                  PAULA ALMEIDA DE CASTRO<br />\r\n
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                  SILVANA CHAGAS HOLANDA<br />\r\n
                  UBIRANY LOPES FERREIRA<br />\r\n
                  JOSANIEL VIEIRA DA SILVA<br />\r\n
                  LEONARDO CARBONIERI CAMPOY<br />\r\n
                  MARIA APARECIDA DANTAS BEZERRA<br />\r\n
                  WALD&Ecirc;NIA LE&Atilde;O DE CARVALHO<br />\r\n
                  THAIS FERNANDES DE AMORIM<br />\r\n
                  CARLOS EDUARDO DIAS DA SILVA<br />\r\n
                  MICHELL PLATTINI NASCIMENTO GOMES<br />\r\n
                  ANA MARIA SOTERO PEREIRA<br />\r\n
                  DELIANE MACEDO FARIAS DE SOUSA<br />\r\n
                  MARIA DE F&Aacute;TIMA OLIVEIRA BATISTA<br />\r\n
                  PAULA ALMEIDA DE CASTRO<br />\r\n
                  TANIA SERRA AZUL MACHADO BEZERRA
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Publicado em 27 de janeiro de 2025

Resumo

Reconhecendo a desesperança como um programa, entendemos que ela nos coloca de joelhos frente ao fatalismo, impedindo-nos de articular forças para o embate recriador da sociedade a nossa volta. Dessa forma, importa-nos assumir uma postura firme, sustentada por nossas convicções, com vistas a um futuro possível que, à luz de Freire, permita-nos esperançar de mãos dadas a vários outros que, como nós, acreditam poder ressignificar práticas ocultadoras da desfaçatez dominante em práticas geradoras de autonomia, mesmo que, aos olhos de muitos, sejamos vistos como utópicos, sonhadores e, até mesmo, ingênuos. Portanto, valendo-nos da certeza de que a esperança de cada indivíduo, isoladamente, é necessária, mas não é suficiente, objetivamos neste trabalho refletir a respeito de duas obras de Paulo Freire que congregam fundamentos importantes de sua práxis, crítica, social e emancipatória, são elas: Pedagogia da Esperança - publicada em 1992 - que traz uma importante reflexão do próprio autor a respeito de sua obra, Pedagogia do Oprimido, ao passo que também analisa suas experiências educacionais nos diferentes países que passou; e Pedagogia da Autonomia - publicada em 1996 - que representa um verdadeiro tratado educacional de Paulo Freire sobre uma prática vívida e necessária, inspirada no cotidiano e na cultura de cada educando, voltada a aquisição de uma autonomia que lhe confere consciência e cidadania. Assim, por meio de uma pesquisa qualitativa e descritiva, traçamos os devidos paralelos entre ambas as obras em questão, desde o resgate necessário dos conceitos e contextos que fundamentaram a tão sonhada autonomia Freireana, passando pela tomada de consciência do opressor, do oprimido e das situações de opressão vivenciadas, até a crença inequívoca no poder de construção de um futuro possível por meio de uma educação progressista, centrada na experiência, jamais neutra ou desintencional, de desocultação da verdade.

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